22/07/08 10h49

Brasil e China ajudam Volks a compensar recuo na Europa

Valor Econômico - 22/07/2008

China e Brasil, nessa ordem, puxaram os maiores volumes de crescimento de vendas da Volkswagen no mundo, ajudando, assim, a compensar um pouco a queda de vendas que essa e outras montadoras européias amargam no seu continente de origem. Segundo relatório que a companhia alemã divulgou aos investidores ontem, o volume de veículos vendido em todo o planeta nos seis primeiros meses do ano somou um crescimento de 5,8%, num total de 3,27 milhões de unidades. Na China, foram vendidos 531,6 mil veículos, um crescimento de 23,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas no Brasil, que somaram 316 mil unidades, avançaram 21,8% no mesmo período. Com o mercado desaquecido, o desempenho na Europa Ocidental registrou uma queda de 3,6%. "Nuvens de tempestade estão claramente sobre o mundo automotivo", relatou Detlef Wittig, vice-presidente de vendas e marketing do grupo Volkswagen. No entanto, disse o executivo, o resultado global superou a média do mercado e aumentou a participação mundial do grupo. O Brasil já foi a maior operação da Volks fora da Alemanha. Perdeu a posição para a China. Mas a estrutura que a companhia tem no país tende a tornar a filial brasileira cada vez mais independente em desenvolvimento de produtos. A Volks está no Brasil há 55 anos. O país foi o primeiro a receber uma fábrica da companhia fora da Alemanha. Hoje a operação envolve 21 mil empregados em cinco fábricas. Durante esse tempo, a empresa já produziu 17 milhões de veículos. No segundo lugar no mercado interno, a montadora acaba de dar um passo para avançar mais, com a renovação total do Gol, automóvel mais vendido no Brasil e o quinto da marca Volkswagen mais vendido no mundo. A crise de vendas na Europa não atrapalhará as exportações da filial brasileira, já que os maiores volumes seguem para mercados da América Latina, além de África e Oriente Médio. Durante o lançamento do novo Gol, o presidente da Volks do Brasil, Thomas Schmall, disse que a empresa pode decidir em breve por novos investimentos de peso para ampliar a capacidade industrial no Brasil.