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Brasil e Chile se unem para expandir negócios bilaterais

Gazeta Mercantil - 12/07/2007

A ampliação das malhas rodoviária e ferroviária estão entre os principais projetos. Ampliar o comércio bilateral e, por meio dele, o regional e global são os objetivos do recém-criado Conselho Empresarial Brasil-Chile, instituído ontem em encontro com representantes empresariais dos dois lados, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Localizado na costa pacífica do continente, em franco crescimento e com acordos bilaterais com diversos países da Ásia - como Japão, China e Coréia do Sul -, o Chile representa para o Brasil uma porta de acesso para o mercado asiático, que detém cerca de 50% do comércio mundial. "Trocando em miúdos, se uma empresa brasileira quiser instalar uma planta no Chile, ela terá tarifa zero para exportar seu produto aos principais mercados da Ásia", explicou João Guilherme Ometto, vice-presidente da Fiesp. Além disso, as negociações entre os dois países são embasadas pelo acordo do Mercosul, que garante isenção a 97,7% das tarifas de produtos do bloco vendidos ao Chile. Com sua aproximação, Brasil e Chile também pretendem ampliar e estruturar as malhas rodoviária e ferroviária que ligam os dois países e também garantem o trânsito comercial da América do Sul. Isso inclui a reforma de dois mil quilômetros de rodovia que ligam o centro-oeste brasileiro, na altura de Cuiabá (MT), aos portos de Arica e Iquique, no Chile, passando pela Bolívia. "Há ainda trechos de terra nessa rodovia!", disse o embaixador do Brasil no Chile, Mario Vilalva. "É um projeto pioneiro, que pode mudar a geografia da América do Sul, porque criaria uma fronteira para o desenvolvimento", continuou ele. O empreendimento foi determinado em abril, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no Chile, e a intenção é que seja concluído até 2009. A nova comissão ainda irá estudar a viabilidade econômica de um corredor oceânico que ligue o Atlântico ao Pacífico. Em 2006, Brasil e Chile movimentaram US$ 6,8 bilhões entre si, um aumento de 27% em relação a 2005. No primeiro semestre de 2007, a corrente comercial fechou em US$ 3,5 bilhões. A expectativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é que chegue a mais de US$ 7 bilhões até dezembro e em breve alcance a casa dos US$ 10 bilhões. Entre as áreas com potencial de expansão visadas pelos países estão o turismo e o biocombustível, setor em que o Chile enxerga no Brasil um parceiro estratégico - inclusive para investimentos e pesquisas voltados para toda a América do Sul.