18/05/10 11h17

Brasil é alvo de expansão do português Mota-Engil

Valor Econômico

O conglomerado português Mota-Engil está completando a aquisição de 50% da empresa Geo Vision Soluções Ambientais e Energia, de tratamento de resíduos em São Paulo. Luis Parreirão, membro do conselho de administração do grupo, reiterou que haverá "paridade" entre as empresas e o objetivo é ampliar fortemente os negócios no país. A Mota-Engil faturou € 2,1 bilhões no ano passado, globalmente. Seu plano é de duplicar os negócios este ano na América Latina, basicamente no Brasil, México e Peru, e alcançar € 150 milhões até dezembro. A transação será anunciada em breve, mas Parreirão não informou o valor envolvido. Geo Vision administra três Centros de Gerenciamento de Resíduos (CGR), localizados em Guatapará, Jardinópolis e Catanduva, todos no Estado de São Paulo.

O grupo português está se diversificando e o Brasil é um dos alvos prioritários. Ele já tem presença na participação de uma concessão rodoviária. Parreirão falou ontem na Cúpula Empresarial União Europeia-América Latina e Caribe, em Madrid, onde certos participantes destacaram a importância da região, ainda mais no contexto em que 70% do crescimento econômico global este ano virá dos emergentes como o Brasil. Também foi divulgada uma pesquisa mostrando que empresários da América Latina e da Espanha reclamam que as políticas externas dos governos precisam ser mais alinhadas com os objetivos comerciais.

Nada menos de 73% dos executivos latino-americanos consultados são críticos sobre as políticas externas de seus governos, comparado a 58% na opinião de políticos. Metade dos empresários da América Latina dizem ter influência escassa ou nula nas políticas econômicas dos governos. Os executivos latino-americanos pedem também um contato mais frequente com os governos, enquanto por seu lado os políticos o consideram suficiente. Sem surpresa, mais de 72% dos consultados pede maior segurança jurídica para as empresas.