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Brasil divulga tecnologia canavieira na África

Gazeta Mercantil - 03/04/2009

Os crescentes investimentos em projetos para biocombustíveis nos países africanos ampliam as oportunidades de negócios em máquinas e implementos agrícolas nos próximos anos. As pesquisas em energias alternativas estão concentradas principalmente nos países que não produzem petróleo, onde ganharam importância diante da necessidade de alternativas para diversificação da economia. Para o Brasil, a janela surge no momento em que se busca a consolidação do etanol como commodity internacional. Para galgar esse patamar, um dos requisitos apontados por especialistas é a difusão da tecnologia e produção para outros países. Dessa maneira, o Brasil se consolidaria como referência mundial em fornecimento de equipamentos para o etanol de cana. Rodrigo Azeredo, do Ministério de Relações Exteriores (MRE), explicou que linhas de financiamento para exportações estão em estudo para viabilizar negócios com outros países. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2008, o continente africano foi o quinto maior comprador do Brasil, gerando US$ 10,1 bilhões em divisas. No mesmo período, a região consumiu 65% de produtos manufaturados. "Nosso objetivo é aumentar as vendas em cerca de 45% nos países do bloco africano neste ano", disse Michael Steenmeijer, gerente comercial da BRN, fabricante e exportadora de carregadores para cana-de-açúcar. Ele observa que a região possui grande potencial de desenvolvimento porque possui baixo nível de tecnologia. Para isso, a companhia, que exporta a mais de 14 anos para a África, deve lançar uma moto-cana que facilita a colheita. As perspectivas também são positivas para Luiz Guilherme Bueno, da Emit Brasil, companhia exportadora especializada no comércio de máquinas de maior porte, como tratores e colheitadeiras. "São economias em ascensão e muito promissoras. Esse fluxo comercial cresce a taxas de 30% anualmente" destacou. Segundo informou, a expectativa é movimentar US$ 4 milhões nas transações comerciais com africanos em 2009.