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Brasil deve crescer acima da média mundial, diz banco

Folha de S. Paulo - 14/08/2007

Pela primeira vez depois de muitos anos, o Brasil tem chances de crescer neste ano acima da média mundial. A afirmação é do economista Octavio de Barros, diretor de pesquisas macroeconômicas do Bradesco, ao analisar os efeitos da turbulência no mercado financeiro sobre o país e o mundo. O departamento de economia do Bradesco estima em 5,2% a expansão do PIB do Brasil neste ano. O FMI também prevê este mesmo índice para o crescimento global. Barros acha que, diante dessa turbulência no mercado, é muito provável que o FMI seja obrigado a reavaliar para baixo sua previsão. O economista diz que todas as previsões de crescimento para o mundo terão que ser recalibradas um pouco para baixo em razão do ambiente de turbulência no mercado. Não só os Estados Unidos mas também a União Européia e até mesmo a China deverão crescer um pouco menos do que se previa antes de todos esses episódios. Já em relação ao Brasil, Barros acha que não deverá ter alteração. A turbulência ainda não passou, mas, na sua opinião, o Brasil tem demonstrado, pelo menos até agora, uma capacidade de resistência muito boa, acima da dos demais países emergentes. Para o economista, essa crise está servindo como um "teste do pudim" para mostrar que o país está habilitado a pleitear nas agências de risco, num horizonte curto, a promoção à condição de grau de investimento. Segundo ele, se o Brasil superar o teste, como está mostrando até agora, as agências de risco certamente se sentirão mais confortáveis a classificar o Brasil como grau de investimento.