01/04/10 11h26

Brasil desperta confiança do setor de videogame

Valor Econômico

Depois de anos de dificuldades, o mercado brasileiro de videogame pode encontrar em 2010 o caminho do crescimento rápido e constante. Com a entrada oficial da Sony no setor, em novembro do ano passado, completou-se o pilar dos fabricantes de consoles de nova geração com presença oficial no país. Com isso, varejistas e editoras de jogos ganharam a confiança necessária para estabelecer de vez suas operações no Brasil. "Agora podemos começar", diz Dai Kudo, diretor de produtos para o mercado consumidor da Hudson, dona de jogos como o "Deca Sports", feito para o console Wii, da Nintendo. Kudo, que esteve no Brasil pela primeira vez em 2009 para pesquisar o mercado, voltou este ano para colocar em prática os planos da empresa.

O primeiro passo foi contratar uma agência que será responsável pela promoção dos produtos no país. "Queremos mostrar nossos jogos o máximo que pudermos", diz Kudo. A próxima etapa prevê a contratação de uma assessoria de imprensa local. "Em três semanas teremos uma reunião no Japão para discutir outros detalhes da estratégia", diz o executivo. O Brasil é o segundo mercado mais importante da América Latina para jogos eletrônicos, atrás apenas do México, afirma Kudo. Nesta semana, a Hudson participou, em São Paulo, da feira Gameworld 2010, promovida pela Tambor Digital, editora especializada no setor de games.

Segundo estimativa da International Development Group (IDG), consultoria especializada na área de videogames, o mercado brasileiro movimentou por volta de R$ 500 milhões (US$ 277,8 milhões) entre jogos e consoles no ano passado. É uma fatia pequena considerando o mercado global, de mais de US$ 50 bilhões por ano, mas com uma perspectiva de crescimento interessante para as principais empresas do setor. Nas projeções da Warner Games, que iniciou suas atividades no Brasil em 2008, a venda de jogos crescerá 28% este ano e a de consoles, outros 30%. A empresa, que desde o começo do ano assumiu a distribuição dos jogos para consoles da americana Electronic Arts (EA), tem 50 lançamentos planejados para os próximos meses.

À frente do negócio de videogame estão dois executivos vindos da área de "home video" da Warner, responsável pela distribuição de filmes para o varejo e locadoras de todo o Brasil. "Queremos colocar toda a estrutura à disposição também dos games e oferecer ao varejo o conceito de 'one stop shop' de entretenimento", diz Rodrigo Drysdale, diretor de marketing para a América Latina da Warner Games. A ideia é que os varejistas aproveitem o relacionamento para comprar os jogos diretamente da Warner e não de importadores. Para seduzir o mercado, a empresa está apostando não só em sua estrutura e força comercial, mas também na tradução de jogos para o português e na produção local de alguns títulos, o que ajuda a reduzir o preço.