06/06/08 11h41

Brasil dá de goleada

Valor Econômico - 06/06/2008

As empresas brasileiras adotam as melhores práticas de governança corporativa entre as companhias latino-americanas. Estudo feito pela consultoria espanhola de sustentabilidade Management Excellence com as 50 empresas não-financeiras com maior valor de mercado mostra que, entre as 25 primeiras com melhor governança, 18 são brasileiras. Entre as cinco primeiras, apenas uma não é brasileira, a Wal Mart México. O tamanho do mercado brasileiro, a criação do Novo Mercado e o fato de muitas empresas terem ADR (American Depositary Receipt, recibos de ações negociados nos EUA) explicam um pouco dessa liderança. A primeira empresa do ranking é a CPFL, atendendo a 92,68% dos requisitos de boas práticas analisados no estudo. O trabalho revela, no entanto, que ainda há muitas falhas na forma como as empresas exercem a governança. Entre os 41 critérios de boas práticas analisados nas companhias, os que elas mais seguem são os tópicos básicos, alguns deles até obrigatórios. Já entre os mais modernos, poucas delas cumprem. Entre os tópicos que as companhias latino-americanas mais seguem estão: publicar os balanços (96% das empresas entrevistadas fazem); ter uma política de transparência (94%); tornar público os objetivos da companhia e as responsabilidades da diretoria (94% cada um); ter um comitê de auditoria ou algo similar (92%); contar com integrantes do comitê especializados em finanças (90%); e ter regras específicas de governança (90%). Já na outra ponta, entre os requisitos que as companhias menos seguem está a publicação de informações sobre propriedade intelectual (apenas 10% fazem isso). Só 12% delas mantêm um comitê de sucessão e 26% têm um comitê de governança. Apenas 30% publicam transações entre partes relacionadas e só em 30% delas há a exigência que os integrantes do conselho e da diretoria digam se têm interesses materiais em transações ou negócios que afetem a companhia. Há outras falhas na transparência das empresas latino-americanas. Apenas 38 companhias publicam quem são seus principais acionistas e somente 21 revelam os fatores de risco para o negócio.