10/01/08 11h52

Brasil cresce aos olhos da americana GE

Valor Econômico - 10/01/2008

O hotel Hyatt, na zona sul de São Paulo, viveu dias movimentados no início da semana. Por lá passaram grandes líderes brasileiros, como os banqueiros José Safra, Gabriel Jaramillo e Fábio Barbosa e os empresários Eike Batista, da MMX, David Feffer, da Suzano, Vitor Hallack, da Camargo Corrêa, e David Barioni e Marco Bologna, da TAM, além do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Todos foram ao encontro de um dos maiores nomes do mundo corporativo: Jeffrey Immelt, presidente executivo e do conselho de administração da gigante americana General Electric, uma das maiores companhias do globo, com valor de mercado de cerca de US$ 362 bilhões - duas vezes o valor das reservas cambiais brasileiras. O corpo-a-corpo diz muito sobre as intenções da GE para o Brasil. "A América Latina é uma região-chave de crescimento para a companhia nos próximos anos", diz Immelt, em entrevista exclusiva ao Valor, a primeira que ele dá a um jornal local. Hoje, a região representa apenas 3,5% do faturamento de US$ 172 bilhões da General Electric, companhia que fabrica de equipamentos hospitalares a microondas, locomotivas, compressores e até turbinas de avião, além de prestar serviços financeiros. Mas essa participação certamente será maior em alguns anos. A meta de Immelt é de que as receitas da GE alcancem na América Latina de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões em 2010. Desse total, o Brasil deverá contribuir com um terço. "Isso significa um crescimento de 15% a 20% a cada ano, acima da expansão projetada para toda a companhia", diz o executivo, bem-humorado. O crescimento em meio à turbulência americana é fruto da estratégia consolidada por Immelt à frente da GE. O executivo decidiu ir fundo no conceito de globalização e hoje a companhia está presente em cem países. Em 2007, pela primeira vez, mais da metade da receita veio de operações fora dos Estados Unidos. E a diversificação de produtos e de localização geográfica ajuda a compensar desempenhos mais fracos em um ou outro país. No Brasil, que recentemente substituiu o México no papel de sede dos negócios da GE na América Latina, uma das suas grandes novidades para 2008 será a entrada no setor imobiliário. Immelt diz que quer repetir aqui o exemplo bem-sucedido da GE no México e não esconde que está em busca de um parceiro local. O nome é mantido sob sigilo, mas o Valor apurou que, entre as opções apresentadas pelo banco JP Morgan estaria a Cyrela. A empresa imobiliária, controlada por Elie Horn, tem uma subsidiária que se encaixa como uma luva nos planos de Immelt, a Cyrela Commercial Properties, voltada para empreendimentos comerciais.