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Brascan pisa no acelerador e investe US$ 1,4 bi

Valor Econômico - 05/09/2008

A Brascan investiu nos últimos quinze meses R$ 2,3 bilhões (US$ 1,4 bilhão) na compra de 12 shoppings centers. Saltou de cinco para 17 empreendimentos. E a estratégia é continuar crescendo. Neste ano, com investimentos de R$ 350 milhões (US$ 214,7 milhões) de recursos próprios e R$ 150 milhões (US$ 92 milhões) dos sócios, além de obras de expansão em 11 shoppings, está sendo definida a abertura de novas unidades na periferia de grandes cidades. Como a presença do grupo é apenas no Sudeste, a idéia é chegar ao Nordeste por meio de parcerias com empresas do setor. Estratégia como a adotada, em novembro de 2007, quando a Brascan comprou participações do grupo Malzoni no Botafogo Praia Shopping, no Rio, além do Shopping Paulista, Shopping Higienópolis, West Plaza e Vila Olímpia todos em São Paulo, sendo o último em construção. Uma decisão é certa: todos os novos investimentos serão voltados para as classes A e B. O principal-executivo da Brascan Shopping Centers, Bayard Lucas de Lima diz que não acredita no sucesso de shoppings focados nas classes C e D, apesar do aumento do poder de consumo desse grupo da população. Também diz que os destinados ao mercado de alta renda não são interessantes pois o retorno é baixo. Pesquisas realizadas pela Brascan mostram que na hierarquia do orçamento das classes C e D sobra muito pouco dinheiro para gastar nos shoppings. A prioridade dessas famílias, atualmente, é conquistar a casa própria e a prestação pesa no bolso. Outro item que consome os recursos é o pagamento do automóvel. No outro extremo, observa ele, os shoppings para o consumidor de alta renda não são um negócio atraente. Diz que muitos deles foram lançados como chamariz para um projeto imobiliário mais amplo. A Brascan Shopping Centers está planejando novas unidades na periferia do Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte, cidades onde o grupo já está presente. A idéia é ficar perto de condomínios com moradores de maior poder aquisitivo. Nordeste, onde a predominância é dos investimentos da família Paes Mendonça, Lima diz que há conversas em torno de uma possível parceria. Não descarta a chegada de um novo investidor estrangeiro. Considera o Brasil atraente e com espaço para novos empreendimentos. Os shoppings hoje respondem por 20% do varejo brasileiro e os estudos mostram que a oferta é 30% menor do que o mercado comporta.