02/02/10 10h42

Boticário pesquisa mercado de vendas porta a porta

Valor Econômico

Até o fim do ano a fabricante de perfumes e cosméticos O Boticário planeja ter em mãos um plano de negócios que gere novas oportunidades para o grupo. Os empresários Artur Grynbaum e Miguel Krigsner criaram no segundo semestre de 2009 a empresa GKDS e contrataram profissionais que atuaram na concorrência, em empresas como Avon e Natura.

A GKDS fica em São Paulo e é a única do grupo montada fora do Paraná, onde está a sede. As duas letras iniciais referem-se aos sobrenomes dos sócios, Grynbaum e Krigsner, mas o significado das outras duas consoantes não foi revelado pelo presidente do O Boticário, Artur Grynbaum. Questionado se poderia ser "direct sales" (de venda direta), ele não confirma, mas pela primeira vez admite que analisa a possibilidade de fazer venda com catálogo no sistema porta a porta. No passado, o empresário descartava o porta a porta por temer os efeitos na venda em lojas franqueadas - são mais de 2,8 mil pontos de venda no país. Grynbaum argumenta que tem bom potencial de crescimento com o modelo que já usa, que "há um negócio estabelecido com franquias", mas está "fazendo perguntas ao mercado".

Hoje, segundo ele, seis pessoas estão empregadas na GKDS. O Valor encontrou o nome de quatro: um é ex-gerente da linha Renew da Avon, outro trabalhou na área de marketing e vendas da Nestlé e da Natura, e uma mulher foi empregada da Tupperware e da Avon. A direção da empresa alega que há vários ex-empregados da Avon no quadro de pessoal e que foram contratados profissionais com diferentes experiências no mercado de bens de consumo - uma delas, para cuidar da gestão de pessoas.

Além das lojas, O Boticário já testou outras formas de comercialização, como a demonstração em empresas, que continua sendo feita, e a venda por telefone, que começou no Nordeste e não foi levada adiante. Grynbaum diz que a nova empresa é ligada à holding e a intenção é incrementar as receitas no segmento em que já atua. Para isso, pesquisas serão contratadas nos próximos meses para ajudar no trabalho e fechar o planejamento. Em 2009 a empresa faturou cerca de R$ 1,2 bilhão (US$ 609 milhões) e, para 2010, espera crescimento de 17%.