BorgWarner inaugura centro tecnológico
Maiellaro assumiu liderança da companhia e abriu as portas da nova estrutura
Automotive BusinessA BorgWarner inaugurou centro tecnológico no Brasil, instalado no complexo industrial de Itatiba (SP). As portas da unidade foram abertas por Vitor Maiellaro na quarta-feira, 4. O executivo assumiu a diretoria geral da companhia no Brasil em fevereiro, em substituição à Arnaldo Iezzi Jr., que foi promovido para a liderança da área de turbos da empresa na Alemanha, maior unidade produtora do sistema no mundo, com 2,5 milhões de unidades por ano.
Maiellaro assume a liderança da companhia depois de 10 anos na BorgWarner. Ele foi responsável por conduzir a mudança da unidade produtiva da empresa de Campinas para Itatiba em 2013 sem interromper a produção. Estabelecida na nova casa, a companhia abre as portas do centro de desenvolvimento, que pretende aproximar os clientes da fabricante de componentes. O objetivo é ocupar totalmente o potencial do laboratório já neste ano, com a realização de pelo menos 50 testes até dezembro.
O centro de mais de 2 mil metros quadrados recebeu parte do investimento de R$ 70 milhões feito no complexo de Itatiba. Com o empreendimento a companhia pretende garantir os recursos necessários para reduzir o tempo de desenvolvimento de novas soluções e agilizar a resposta às demandas dos clientes. A estratégia para o empreendimento inclui também a oferta de serviços de engenharia para o mercado da região. “Tínhamos alta demanda por oferecer um suporte local”, explica Maiellaro. A estrutura é um dos sete centros tecnológicos da companhia no mundo.
Mercado
O centro de desenvolvimento da BorgWarner chega em momento importante de mercado. Apesar da retração das vendas de veículos, a companhia dá um novo passo neste ano com o início da produção de turbocompressores para carros de passeio, prevista para os próximos meses.
Em 2014 o ritmo da fábrica de turbos diminuiu 20% com a queda na demanda do segmento de veículos pesados, resultado que deve se repetir este ano. Ainda assim, a empresa projeta fechar 2015 com alta de 10% na produção na comparação com o ano passado por causa da entrada no novo nicho.
Sistemas de tratamento de gases
A companhia também trabalha para decidir sobre um novo investimento na planta de Piracicaba (SP), fábrica que pertencia à Wahler, empresa adquirida pela BorgWarner em 2014. “Estamos estudando nacionalizar a produção de sistemas EGR”, explica Maiellaro. O executivo quer trazer para o Brasil a fabricação da tecnologia de tratamento de gases por recirculação que dispensa o uso do pós-tratamento com injeção de solução de ureia (Arla 32), usada pela maioria dos veículos comerciais pesados para atender ao Proconve P7.
O executivo explica que a decisão depende apenas do fechamento de contratos de fornecimento com clientes locais. “A montadora que usa o sistema EGR hoje no Brasil trabalha com componentes importados”, explica, referindo-se à MAN. O diretor-geral sinaliza a intenção instalar linha local capaz de fazer entre 35 mil e 40 mil sistemas por ano, o que pode significar também atender o mercado de veículos leves a diesel, como caminhonetes e vans, que usam a recirculação. Ele ainda não revela o montante que seria necessário aplicar em Piracicaba para atingir tal volume, mas garante que a decisão deve sair em breve.