12/05/10 11h11

Bombardier e CAF ampliam presença nas ferrovias do País

DCI

Empresas que estão entre as líderes globais em transporte de passageiros por trilhos aumentam seus negócios no Brasil, de olho nas oportunidades locais. É o caso da líder mundial Bombardier Transportation, atualmente com 100 mil veículos ferroviários em serviço, e também da Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF), empresas que, apesar de estarem aqui há alguns anos, decidiram somente agora deixar a atuação tímida de lado para acelerar as operações brasileiras nos próximos anos. O setor ferroviário deve gerar um volume de 111 bilhões de euros em oportunidades dentro deste mercado, somente no biênio 2014 a 2016. Deste montante, a região latino-americana está dentro de uma fatia que compõe 21% do que será gerado, seguida da Ásia, com 4,4% do bolo, pelos mercados norte-americano e europeu, que somarão mais 2,5%, por serem desenvolvidas na área.

Levando em conta as encomendas do setor ferroviário geradas nos últimos dois anos, a Bombardier divide a maior parte com a Alstom, cada uma com 20% do mercado, seguidas pela alemã Siemens, que ficou com 16% dos negócios. O restante (44%) está dividido entre empresas como a CAF, as japonesas Hitachi, Kawasaki e Mitsubishi, além de corporações como Rotem, Talgo e Thales, entre outras fabricantes de trens. "Dentro deste cenário, o Brasil é um dos países que terão mais novos projetos de mobilidade urbana em desenvolvimento; por exemplo, os metrôs e os veículos leves sobre trilhos (VLTs)", disse, em conversa como DCI, Luis Ramos, diretor de Comunicação da Bombardier para Brasil, Espanha, Portugal, China e Índia.

A Bombardier assinou recentemente um contrato de R$ 383 milhões (US$ 218,9 milhões) para modernizar 26 trens do metrô de São Paulo, com entrega marcada para este ano. Ramos disse que surgem contratos na área de sinalização e para a prestação de serviços de manutenção. Ele admitiu que os negócios no mercado brasileiro passaram a ter uma relevância maior desde o ano passado, com tendência de crescer cada vez mais. No Brasil, a Bombardier aumentou em 60% sua planta industrial na cidade de Hortolândia, interior paulista, onde a empresa também criou um centro de engenharia. A intenção que gerou esses investimentos é a de acompanhar o mercado.

Uma grande área que pertenceu à antiga Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários (Cobrasma) deu espaço à instalação de outra empresa do setor, em Hortolândia. A espanhola CAF investiu R$ 200 milhões (US$ 114,3 milhões) para instalar sua fábrica de trens por lá, com a intenção de aumentar sua atuação no Brasil. Paulo Fontenele, diretor presidente da CAF Brasil, afirmou que existem chances de negócios em metropolitanos de capitais como Recife, Fortaleza e Belo Horizonte, além do VLT da Baixada Santista, localidades onde devem surgir licitações para a compra de carros ferroviários. Hoje a CAF tem no Brasil uma parceria público-privada (PPP) com valor aproximado de R$ 1,8 bilhão (US$ 1,03 bilhão), que inclui a entrega de mais de 80 trens à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e à Companhia do Metropolitano de São Paulo.