06/05/08 10h47

Bolsa avança 1,17% e rompe pela 1ª vez os 70 mil pontos

Folha de S. Paulo - 06/05/2008

Mesmo diante de um cenário internacional desanimador, a Bovespa encontrou fôlego para voltar a subir e fechar, pela primeira vez, acima dos 70 mil pontos. A valorização de ontem, de 1,17%, foi mais branda que a dos últimos pregões, marcados pela euforia após a obtenção do grau de investimento pelo Brasil, mas garantiu o novo recorde da Bolsa. No mercado de câmbio, o dólar subiu 0,48%, negociado a R$ 1,658. Na sexta, havia encerrado a R$ 1,65, menor cotação desde maio de 1999. Ao fechar em 70.174 pontos, a Bovespa tem feito analistas reavaliarem o quanto o mercado acionário doméstico ainda pode subir nos próximos meses. A pontuação recorde mostra que nunca as ações estiveram tão valorizadas, o que sempre abre espaço para quedas. O país recebeu na última quarta, da agência de classificação de risco Standard & Poor's, uma melhora em sua nota e passou a pertencer à categoria de "investment grade" (grau de investimento). A nota é concedida aos países considerados como mais seguros para investir. Desde a decisão, a Bovespa acumula alta de 9,95%. Pertencer a essa categoria torna o Brasil mais atrativo ao capital externo. Dessa forma, a expectativa é que a Bolsa receba mais recursos do exterior, o que tende a derrubar o dólar. Em abril, os investidores estrangeiros mais compraram que venderam ações na Bolsa no montante de R$ 6 bilhões (US$ 3,64 bilhões). A cifra foi recorde para um mês. No pregão de ontem da Bovespa, quem se destacou foram as ações de pequenos bancos. O grau de investimento pode representar maior facilidade para essas instituições captarem recursos no exterior -dinheiro que pode ser destinado à expansão da concessão de crédito. Esse tipo de operação pode permitir que consigam recursos a taxas menores para depois os repassarem por juros mais robustos. Entre os papéis mais negociados, as ações da Petrobras tiveram alta mais forte que a da Bovespa.