20/09/07 10h44

Boa oferta de álcool garante preços estáveis

Gazeta Mercantil - 20/09/2007

Há quatro meses com preços abaixo do custo de produção na usina, o álcool combustível deve continuar desvalorizado no mercado interno durante a safra e, mesmo na entressafra (janeiro a março), não se esperam "fortes ajustes", segundo Marcos Jank, presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). Mesmo com um consumo interno 30% mais aquecido. O cenário baixista confirmado ontem pela Unica para o álcool tem como base dois fatores principais. O primeiro é de uma produção de álcool 18% maior que a safra passada - com o clima seco de agosto e setembro, a Unica reviu sua estimativa de moagem de 410 milhões de toneladas para 415 milhões de toneladas, o que significará 19 bilhões de litros de álcool na safra 2007/08, ante os 18,5 bilhões da estimativa passada e dos 16 bilhões do ciclo 2006/07. O segundo fator é uma exportação menor. A Unica mantém a projeção de vendas externas de 3,1 bilhões de litros até abril do ano que vem, ante os 3,6 bilhões realizados na safra passada. Até agosto, ou seja, em apenas quatro meses de safra, 1,4 milhão de litros haviam sido embarcados. Segundo levantamento da Unica, as vendas de etanol das unidades industriais para o mercado interno entre abril e agosto foram de 6,2 bilhões de litros, ante os 4,7 bilhões de litros do mesmo período de 2006. "Se os preços menores da usina tivessem sido repassados ao mesmo tempo para a bomba, esse consumo poderia ter sido incrementado em 500 milhões de litros", reclama Antônio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da Unica.