BNDES vai financiar reforma de hotéis para a Copa

Valor Econômico

Está nos acertos finais uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apoiar a construção, ampliação e reforma de hotéis para atender a demanda de turistas com a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio.

O presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), Rafael Guaspari, conta que os recursos do BNDES serão usados, principalmente, para a reforma de interiores de hotéis antigos, que terão sua fachada preservada (obra conhecida como retrofit). Segundo ele, o valor da linha é de R$ 1 bilhão (US$ 581,4 milhões). O BNDES confirma as negociações, mas não o valor.

Guaspari conta que o termo de compromisso já está praticamente pronto e que, na quarta-feira, haverá uma reunião com todos os envolvidos nesse processo, que além do BNDES e do Ministério do Turismo, inclui a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih). "Poucas cidades do Brasil precisam de uma maior oferta hoteleira. Se houver uma expansão de oferta, depois desses dois eventos a ocupação vai despencar para cerca de 25%", afirma Guaspari.

O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Mário Moysés, diz que a linha será anunciada "nos próximos dias", até o fim de dezembro. Segundo ele, além dos recursos do BNDES, o governo também vai apoiar o setor hoteleiro por meio de outras instituições, como o Banco do Nordeste. "Queremos que seja uma linha que vá ao encontro das expectativas do mercado e que gere desenvolvimento ao setor", afirma Moysés.

Segundo o Ministério do Turismo, o país tem 186,7 mil quartos de hotéis. O sócio-diretor da auditoria Crowe Horwath RCS para as áreas de turismo e sustentabilidade, Mário Ambrósio, estima um déficit de até 13 mil quartos e a necessidade de pelo menos R$ 2 bilhões (US$ 1,16 bilhão) para a construção de 100 hotéis, mas defende critério no investimento. "O país tem que se preocupar com o que vai acontecer depois da Copa e da Olimpíada".