12/05/10 11h05

BNDES vai dar crédito especial para trem-bala

O Estado de S. Paulo

O projeto do trem-bala, que vai ligar o Rio de Janeiro a São Paulo, num investimento avaliado em R$ 30 bilhões (US$ 17,1 bilhões), deve contar com condições especiais de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), à semelhança do que ocorreu com o projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).

A perspectiva de mudanças nas condições de financiamento, que reduzem o custo da obra, reacenderam o interesse de grupos nacionais e estrangeiros. A Invepar, holding que reúne os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobrás) e a construtora OAS, desde o mês passado retomou negociações para a formação de um consórcio para disputar a obra. Na semana passada, representantes da holding estiveram na Coreia, agora vão ao Japão e preparam encontro com empresas chinesas, revela o diretor de participações da Previ, Joilson Ferreira.

"Todos estão buscando novos projetos e financiamento com taxa adequada, que atenda a essa condição de investimento estruturante, portanto, longo. Percebemos que há uma discussão também (no BNDES e no governo) sobre a mitigação do risco de demanda. Estávamos olhando o projeto antes meio na lateral. A novidade agora é que a Invepar está, mais do que no passado, interessada no projeto", diz.

A Invepar, uma companhia fechada, sem negociação em bolsa de valores, é o veículo que reúne participações dos fundos de pensão e OAS em transporte e infraestrutura. A holding administra, no Rio, a Linha Amarela e Metrô; em São Paulo, Cart (Corredor Raposo Tavares)e, na Bahia, a CLN (estrada que liga Salvador a Sergipe) e BA-093 (rodovia na região metropolitana de Salvador).

Os fundos de pensão pretendem conversar com todos os consórcios e "assinar acordo com quem nos apresentar maior segurança em todos os aspectos". Apesar do otimismo, ele não arrisca um palpite sobre a conclusão da obra a tempo da realização da Copa de 2014 e da Olimpíada 2016. "Não consigo dizer isso hoje", admite.