01/06/08 10h47

BNDES tem US$ 184 bi para infra-estrutura

O Estado de S. Paulo - 01/06/2008

A carteira de investimentos em grandes obras de infra-estrutura e dos setores supridores de insumos básicos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) soma R$ 300 bilhões (US$ 184 bilhões). O ciclo de investimentos avança de forma expressiva, pela primeira vez desde o 2º Plano Nacional de Desenvolvimento, em meados dos anos 70. Agora, a iniciativa privada entra mais fortemente nos projetos e as preocupações em relação aos impactos ambientais e até mesmos sociais crescem em torno dos empreendimentos. A carteira atual do banco, com projetos desde a fase de consulta até contratados, foi levantada a pedido do Estado e indica investimentos de R$ 178 bilhões (US$ 109,2 bilhões) na infra-estrutura, a maior parte em grandes obras. Uma das principais operações aprovadas pelo banco é para a instalação da usina hidrelétrica Estreito, no trecho médio do Rio Tocantins, um investimento de R$ 3,607 bilhões (US$ 2,21 bilhões). No Sul, a usina hidrelétrica de Chapecó, no Rio Uruguai, demanda investimentos de R$ 2,207 bilhões (US$ 1,35 bilhões). Já as obras ligadas à área social, principalmente transportes, abastecimento de água, coleta e tratamento do esgoto, incluem projetos em carteira de R$ 8,2 bilhões (US$ 5,03 bilhões). Alguns exemplos são a ampliação do metrô de São Paulo, já contratada, de R$ 2,1 bilhões (US$ 1,3 bilhão), expansão dos sistemas de abastecimento de água e esgotos da Cia. de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), de R$ 650 milhões (US$ 398,8 milhões), e construção de ponte sobre o Rio Negro, no Amazonas, um empreendimento de pouco mais de meio bilhão de reais. De maneira simplificada, o novo fluxo de investimentos em infra-estrutura no País aumenta a demanda por produtos da indústria de base. Junto com o crescimento do País - de 5,4% em 2007 e estimado pelo mercado em 4,7% para 2008 -, a pressão por produtos básicos empurra o setor para investimentos de R$ 113 bilhões (US$ 69,3 bilhões), como listado na carteira do banco, principalmente em siderurgia, cimento, petroquímica, papel e celulose.