20/08/09 14h12

BNDES prevê que a indústria vai crescer 4% no 4º trimestre

DCI

A turbulência econômica que a indústria brasileira vive desde o último trimestre de 2008 está ficando para trás. A expectativa é de que no quarto trimestre o setor produtivo apresente um crescimento de pelo menos 4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Essa é a estimativa do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Além dele, o economista e professor do Instituto de Economia da Unicamp, Júlio Gomes de Almeida, acredita que esse resultado possa alcançar um índice mais elevado ainda, consequência da retomada da atividade industrial brasileira.

De acordo com o acadêmico, ao final do primeiro trimestre do próximo ano o setor industrial brasileiro já estará com seu nível de atividade comparado aos níveis pré-crise, desde que a tendência atual seja mantida. Coutinho também avalia que 2010 será um ano de crescimento para o setor industrial, e estima em 5% se comparado a 2009.

A afirmação do presidente do banco de fomento está baseada no número de consultas que a instituição vem registrando e que podem levar o banco a aumentar os desembolsos em mais de 46% comparado a 2008. "Devemos fechar 2009 com um volume recorde de R$ 135 bilhões (US$ 71,1 bilhões) ou mais", afirmou ele. Grande parte desse montante será liberada neste semestre, que é historicamente mais forte que o primeiro, além disso, contará também com ajuda extra da retomada industrial, que fará o período de julho a dezembro mais forte ainda a ponto de levar o banco à superação do recorde de desembolsos de R$ 92 bilhões (US$ 48,4 bilhões) registrado no ano passado.

A cadeia petrolífera deve ser o destino de uma boa fatia desse valor em decorrência dos investimentos que a Petrobras vem fazendo, e que passaram de R$ 60 bilhões (US$ 31,6 bilhões) no primeiro semestre do ano. Outro segmento que tem registrado aumento da atividade econômica no Brasil é o automotivo, estimulado em grande parte pela redução do IPI e pela redução das taxas de juros.