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BNDES prepara política para setor petroleiro

Folha de S. Paulo - 29/08/2008

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, confirmou ontem que a instituição elabora uma política industrial do petróleo. Ele disse que essa política já estava em estudo antes da descoberta das reservas de petróleo no pré-sal, mas agora será voltada para suprir a necessidade de equipamentos para exploração da região. "Isso já estava previsto, mas vai ganhar um detalhamento de toda a perspectiva de investimento da Petrobras", afirmou o presidente do BNDES, ontem, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, na qual apresentou perspectivas de investimentos entre 2008 e 2011. O presidente do BNDES disse ainda que a política industrial do petróleo deverá cumprir também "uma determinação muito clara" do presidente Lula, de que o país não deve ser apenas um exportador de petróleo cru, e sim de seus derivados. Coutinho explicou, porém, que o primeiro passo dessa política industrial do petróleo será fazer um levantamento de todas as matérias-primas, máquinas e equipamentos que o Brasil vai precisar para criar a tecnologia capaz de explorar petróleo a 7.000 metros de profundidade. Coutinho citou os navios-sonda como exemplo de equipamentos necessários para a exploração que o país ainda não possui. "Só a Coréia [do Sul] fabrica navios-sonda. Vamos ter que importar essa tecnologia." O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, citou que a Petrobras vai precisar de 40 navios-sonda para a exploração do pré-sal, dos quais 12 serão importados do exterior, com uma licitação internacional. Os outros 28 serão produzidos pela indústria nacional, entre 2013 e 2017. Cada navio-sonda custa aproximadamente US$ 700 milhões. Sem contar a produção dos campos do pré-sal, a Petrobras deverá investir US$ 112,4 bilhões entre 2008 e 2012. Mais da metade (58%) será usada em exploração e produção. De acordo com as projeções da empresa, a produção de óleo irá aumentar de 1,95 milhão de barris por dia para 2,42 milhões em 2012, fora o pré-sal.