19/02/10 09h38

BNDES pode receber mais US$ 22,2 bi para financiar compra de máquinas

O Estado de S. Paulo

O governo prepara nova injeção de recursos do Tesouro Nacional na renovação das linhas de crédito subsidiadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para compra e exportação de bens de capital. A ideia é de um reforço de R$ 30 bilhões (US$ 16,7 bilhões) a R$ 40 bilhões (US$ 22,2 bilhões), o que dobrará os recursos disponíveis no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), nome oficial da linha de crédito lançada no ano passado, em caráter de emergência, em meio à crise econômica.

Atendendo a uma solicitação do Ministério da Fazenda e do Tesouro, o BNDES enviou, no início do mês, um documento com as justificativas para elevar os recursos do programa. O principal argumento é que o PSI tem ajudado a elevar a taxa de investimento da indústria. De acordo com fonte do governo, já há uma corrente que defende a manutenção do programa até dezembro. Mas ainda há preocupação quanto ao custo fiscal do benefício.

Lançado em julho do ano passado, como instrumento de redução dos impactos negativos da crise sobre a produção industrial, o programa tinha prazo para terminar - 31 de dezembro do mesmo ano - e recebeu R$ 40 bilhões (US$ 20,3 bilhões) do Tesouro para equalizar as taxas subsidiadas dos empréstimos do BNDES. Ou seja, o BNDES baixou os juros para as indústrias comprarem equipamentos e máquinas e o Tesouro entraria com a parcela restante para igualar os juros à remuneração mínima, evitando prejuízos para o banco. Com isso, o BNDES pôde reduzir à metade, para o tomador final, os juros para aquisição e exportação de bens de capital.

O presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, disse que os pequenos industriais aguardam a prorrogação do PSI para manter planos de investimentos. Segundo ele, a sugestão foi levada por ele e outros líderes de segmentos industriais à última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em dezembro. Ele acredita numa definição até a próxima reunião, em março.