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BNDES lança fundo inédito de sustentabilidade

Valor Econômico - 27/02/2008

O BNDES acaba de lançar um produto pioneiro no mercado de capitais brasileiro. Trata-se de um fundo de private equity voltado para financiar projetos de empresas com potencial de gerar crédito de carbono dentro das normas do Protocolo de Kyoto. O Fundo Brasil de Sustentabilidade (FBS) terá como gestor a Latour Capital do Brasil Ltda, que vai buscar investidores institucionais, no caso, fundos de pensão para serem cotistas do negócio. O patrimônio comprometido do FBS ficará entre R$ 250 milhões (US$ 142,1 milhões) a R$ 400 milhões (US$ 227,4 milhões) e já conta com participação de R$ 100 milhões (US$ 56,9 milhões) do BNDES. O prazo de duração do investimento é de oito anos, prorrogáveis por mais dois. Otávio Vianna, gerente do Departamento de Investimento em Fundos da área de Mercado de Capitais do BNDES, disse ao Valor que este é o primeiro de uma série inicial de dois fundos ambientais que o banco pretende tocar dentro do Programa BNDES Desenvolvimento Limpo, lançado em junho do ano passado. O primeiro fundo acaba de ser criado e teve o gestor e o regulamento aprovado pela diretoria do banco no dia 19. O segundo, está em fase de enquadramento e em processo de avaliação. O gestor já foi escolhido. A expectativa é que deverá ser submetido a aprovação da direção do BNDES ainda no segundo trimestre. O presidente do banco, Luciano Coutinho, considera que a iniciativa de se ter um FIP voltado para o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) contribui para conscientizar os investidores sobre a importância da preservação ambiental. O fundo vai focar empresas dos setores de siderurgia, co-geração, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), aterro sanitário e biodigestor, dentre outras para apoiar financeiramente. Estas empresas, explica Vianna, geram energia limpa. E vão gerar duas receitas: a tradicional e a derivada da geração de crédito de carbono. O FSB não faz exigências em relação a futura financiada. Também não haverá exigências em relação a participação dos potenciais investidores.