BNDES lança debêntures a investidor de varejo
Valor Econômico - 17/11/2006
O BNDES prepara-se para colocar pela primeira vez no mercado doméstico debêntures simples, não conversíveis, com vencimento em cinco anos, de emissão da BNDESPar Participações S.A., num programa total de US$ 925 milhões em dois anos, que deverá envolver a colocação de duas ou três tranches. A primeira tranche, de US$ 231 milhões, com lançamento coordenado pelos bancos Bradesco e Banco do Brasil, estará disponível para reservas de investidores de varejo e institucionais a partir do final de novembro. A liquidação financeira da operação deve ocorrer em 20 de dezembro. As debêntures serão "sem garantia" e corrigidas pelo IPCA, índice de preços calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais juros de 6% ao ano e um desconto (deságio) que o investidor vai ter na compra em relação ao valor nominal do papel de R$ 1 mil. A estrutura da debênture do BNDES é semelhante à da NTN-B (título público). O primeiro pagamento de juro aos debenturistas deve ocorrer ao final de dois anos, em janeiro de 2009, e depois, anualmente, até 2012, quando serão pagos juro e principal. Os coordenadores optaram por fazer o primeiro pagamento de juros dois anos após a colocação porque em períodos inferiores a 720 dias o Imposto de Renda que incide sobre o investimento é mais elevado. Das 500 mil debêntures a serem ofertadas inicialmente, 30% serão destinadas a investidores de varejo (sem corte) e os 70% restantes para os institucionais, que poderão incluir investidores não só de grandes fundos, mas também de menor porte, para promover uma diversificação do nicho de investidores institucionais. O Bradesco e o Banco do Brasil deverão adquirir também estes títulos, pois vão trabalhar na operação como "formadores de mercado", vendendo as debêntures na Bolsa, para os investidores de varejo e, na Cetip, para os institucionais. Ou seja, eles terão a missão de introduzir o papel de renda fixa no mercado secundário, conforme exigência do BNDES.