BNDES faz desembolso recorde em 7 meses

O Estado de S. Paulo

Maior agente financiador do País, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), liberou, somente no mês de julho, R$ 33,2 bilhões (US$ 17,5 bilhões). Quase dois terços desse montante foi alocado em projetos industriais (R$ 21,7 bilhões / US$ 11,4 bilhões). O incremento elevou os desembolsos do banco nos primeiros sete meses do ano para R$ 75,1 bilhões (US$ 39,5 bilhões), um resultado recorde, 65% superior ao do mesmo período do ano passado.

A indústria foi responsável por 53% do volume de recursos liberados de janeiro a julho e ultrapassou o setor de infraestrutura, com o qual vinha dividindo, quase meio a meio, a hegemonia na destinação da verba do BNDES. No período, foram desembolsados R$ 39 bilhões (US$ 20,5 bilhões) para o setor industrial (112% a mais do que em 2008), enquanto a infraestrutura respondeu por R$ 25 bilhões (US$ 13,2 bilhões).

O banco já trabalha com a possibilidade de encerrar 2009 com um nível de financiamentos superior a R$ 120 bilhões (US$ 63,2 bilhões). Foram aprovados nos primeiros sete meses do ano projetos que totalizaram R$ 87 bilhões (US$ 45,8 bilhões) e nos últimos 12 meses, as liberações chegam a R$ 122 bilhões (US$ 64,2 bilhões). As consultas para novos financiamentos somaram R$ 136 bilhões (US$ 71,6 bilhões) em sete meses, um aumento de 34% em relação aos mesmo período de 2008. O crescimento nos financiamentos para a indústria se deveu, em grande parte, aos setores de papel e celulose, química e petroquímica e metalurgia.

Nos 12 meses encerrados em julho, as consultas por novos projetos - a primeira etapa no processo de obtenção de financiamento no BNDES - somaram R$ 210 bilhões (US$ 110,5 bilhões), e os enquadramentos - o segundo passo, quando o projeto recebe o aval técnico para começar a ser analisado - ficaram em R$ 189 bilhões (US$ 99,5 bilhões). O retorno da procura pelos financiamentos do banco confirma uma tendência de retomada gradual dos investimentos empresariais no País.