11/12/09 11h48

BNDES emprestará US$ 3,5 bi para usinas

Valor Econômico

Até o momento com R$ 4,5 bilhões (US$ 2,6 bilhões) em sua carteira sucroalcooleira para 2010, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) olha para o próximo ano com otimismo. Os fundamentos positivos para açúcar, combustíveis renováveis e bioenergia aliados à expectativa de retomada do crescimento econômico sustentam essa perspectiva. Carlos Eduardo de Siqueira Cavalcanti, chefe do departamento de Biocombustíveis do BNDES, espera em 2010 pelo menos repetir o volume de recursos injetados no setor este ano. Isso quer dizer desembolsar mais R$ 6 bilhões (US$ 3,5 bilhões).

Até a primeira semana de dezembro, os desembolsos de 2009 somaram R$ 5,7 bilhões (US$ 3,3 bilhões), valor que deve atingir, segundo ele, a casa dos R$ 6 bilhões (US$ 3,5 bilhões) até o fim do mês. Os atuais R$ 4,5 bilhões (US$ 2,6 bilhões) em carteira para o ano que vem se referem a projetos que iniciaram o trâmite no banco ao longo dos últimos dois anos, na época do chamado "boom" do etanol e, cuja operação neste momento já foi contratada ou aprovada.

O R$ 1,5 bilhão adicional para fechar a conta de 2010 devem entrar na carteira de desembolsos ao longo do novo ano. Depois de um ano e meio praticamente sem ter demandas novas de financiamento para o segmetno sucroalcoleiro, o BNDES voltou a receber no terceiro e no quarto trimestres de 2009 novas consultas que, atualmente, somam R$ 1,6 bilhão (US$ 872,1 milhões) entre cartas consultas e projetos enquadrados. "O setor vinha de certa forma antecedendo a crise mundial. Os projetos começaram a ser postergados na virada de 2007 para 2008. Agora, as intenções de investir estão voltando", afirma o representante do BNDES.

Ainda que os desembolsos para 2010 se mantenham estáveis em relação a este ano, a maior parte deles deve incorporar melhorias nas usinas já existentes. "Os projetos novos (greenfields) devem crescer do final de 2010 para 2011", avalia Sérgio Leme, presidente da Dedini Indústria de Base, de Piracicaba (SP). Para ele, até mesmo por conta do forte movimento de consolidação em curso, é razoável que os grandes players busquem, em um primeiro momento, melhoria dos ativos adquiridos.

Os desembolsos de 2009 tiveram praticamente o mesmo perfil dos realizados em 2008. Dos R$ 5,7 bilhões (US$ 3,3 bilhões) até dezembro, R$ 3,1 bilhões (US$ 1,8 bilhão) foram para produção de etanol (ante R$ 3 bilhões/US$ 1,6 bilhão em 2008) e R$ 1,6 bilhão (US$ 930 milhões) para açúcar (contra R$ 1,8 bilhão/US$ 1,05 bilhão em 2008). Os financiamentos para co-geração de energia recuaram de R$ 854 milhões (US$ 466,7 milhões) para R$ 395 milhões (US$ 229,7 milhões) e os de cultivo de cana-de-açúcar se mantiveram estáveis na casa dos R$ 600 milhões (US$ 348,8 milhões).