29/01/10 11h06

BNDES apoiará ofertas de ações

O Estado de S. Paulo

A diretoria do BNDES deverá definir nas próximas duas semanas o formato de um programa de apoio ao lançamento de debêntures por empresas privadas no mercado de capitais. Segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, o BNDES já reservou R$ 10 bilhões (US$ 5,5 bilhões) para a subscrição de 20% do total da emissão de títulos corporativos com prazo de no mínimo cinco anos, uma forma de incentivar esse instrumento como uma alternativa de financiamento.

"Vamos entrar com um quinto das emissões. Com isso, R$ 10 bilhões (US$ 5,5 bilhões) poderão significar R$ 50 bilhões (US$ 27,3 bilhões) em emissões de debêntures privadas. Não temos uma meta, isso vai depender das empresas e do mercado. Imaginamos, dependendo do desenvolvimento do mercado, que poderíamos consumir esses R$ 10 bilhões (US$ 5,5 bilhões) em três anos", disse Coutinho, em entrevista ontem no BNDES.

O banco também quer ajudar a dar liquidez aos papéis com mecanismos de incentivo ao mercado secundário, num modelo que está sendo estudado em parceria com entidades ligadas ao mercado, como a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a BM&FBovespa e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Em conjunto com o mercado, vamos tentar desenvolver o mercado secundário, fazer o market making. É importante ter um conjunto de instituições comprando e vendendo, que tenha liquidez."

O presidente do BNDES avaliou que 2010 será um ano de aumento "muito forte" das operações de oferta inicial de ações (IPOs), o que indica um mercado de ações em alta. Porém, disse, o mercado de títulos privados de renda fixa no País ainda é "muito limitado". Para Coutinho, é importante que as debêntures tenham liquidez para que, mesmo com mais risco, atraiam os investidores como alternativa aos títulos públicos, cuja atratividade ele reconhece ser um obstáculo para os papéis privados.