02/12/08 10h49

Bioenergia e os rumos do etanol brasileiro

Gazeta Mercantil - 02/12/2008

O presidente da ETH Bioenergia, empresa do grupo Odebrecht, engenheiro José Carlos Grubisich, em entrevista publicada na Gazeta Mercantil - sob o título "ETH estuda novas aquisições e abrir capital" (12/11, pag. B-11) -, deu o balizamento de como devem se comportar as empresas neste período de crise. O engenheiro Grubisich, que vem de uma larga experiência na Braskem, em nenhum momento mostrou triunfalismo exacerbado e nem por isso deu mostras de desânimo diante dos atuais e futuros tempos difíceis que vamos enfrentar. Pensar que estamos vivendo uma "marolinha" é subestimar a realidade dos fatos. Sempre tenho alertado, em outros artigos publicados pela Gazeta Mercantil, para os vários gargalos que o setor terá que enfrentar e resolver, entre os quais estão: a) o lobby das petrolíferas e dos produtores do caro etanol de milho americano, que dita a linha dos subsídios para o cereal e defende a taxação do etanol brasileiro em US$ 0,54/galão; b) criar um standard para o etanol a nível mundial, como os derivados fósseis; e c) criar uma marca forte para o nosso energético, ao estilo do "Juan Valdez", do café colombiano. Não obstante o enorme sucesso interno do nosso etanol, o seu reconhecimento a nível mundial ainda está muito a desejar. Necessitamos ter um marketing permanentemente atuante. Grubisich quando perguntado como ele avaliava "o momento para o País e para o setor sucroalcooleiro", respondeu: "É, a crise chegou. É óbvio que essa situação vai levar a uma concentração no setor sucroalcooleiro". Como em vários outros setores, só sobreviverá quem tiver grande escala, estiver capitalizado, uma eficiente infra-estrutura e uma logística azeitada, como, por exemplo, a Vale.