13/05/10 11h21

Bio Clean investe US$ 45,7 mi para se expandir no biodiesel

DCI

A indústria de biodiesel Bio Clean Energy deve investir quase R$ 80 milhões (US$ 45,7 milhões) em novas plantas, pesquisa e tecnologia, este ano, no Brasil. Depois de aplicar recentemente R$ 10 milhões (US$ 5,7 milhões) na primeira unidade industrial de Araraquara, no interior de São Paulo, a empresa injeta agora R$ 60 milhões (US$ 34,3 milhões) na segunda planta localizada no Distrito Industrial de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia.

De acordo com Sérgio Gonçalves Dutra, engenheiro agrônomo e consultor da Bio Clean e da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), R$ 2 milhões (US$ 1,1 milhão) serão destinados à construção de uma unidade piloto, em Motuca, também no interior paulista. "O valor global do projeto em Motuca incluindo pesquisas, custeio, serviços e bens de capital é de R$ 7 milhões (US$ 4 milhões)." Deste total, de acordo com Dutra, mais de R$ 1 milhão (US$ 571,4 mil) já foi despendido, pela Empresa Brasileira de Estudos e Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Prefeitura de Motuca, Fepaf, além da Bio Clean. A companhia já ultrapassou a casa de R$ 1 milhão (US$ 571,4 mil) em recursos destinados à pesquisas de novas matérias primas para extração de biodiesel. Em assistência técnica e extensão rural, a Bio Clean deve investir R$ 325 mil (US$ 185,7 mil) e, para a produção de oleaginosas, serão destinados R$ 455 mil (US$ 260 mil).

A Bio Clean, que é um braço da Endurance Capital Partners (ECP), fundo ligado à gestora Capitânia, estima faturar este ano R$ 140 milhões (US$ 80 milhões). Para a safra 2010/2012, a Bio Clean já definiu um incremento de 40% nos investimentos em assistência técnica e extensão rural, além de aumentar 55% os aportes na produção de oleaginosas. Dutra adiantou que em 2010 uma segunda linha de produção será adicionada a Araraquara. "Permitirá dobrar a produção, de 70 milhões para 140 milhões de litros de biodiesel ao ano." De acordo com Dutra, para esta temporada está prevista uma área total de 7 mil hectares, todos de agricultores familiares dos municípios de Araraquara, Guatapará, Jaboticabal, Matão, Motuca e Pradópolis. "Está previsto um incremento de 30% da área plantada e um aumento de 12% na produtividade das oleaginosas." Com o cultivo de canola, amendoim, cártamo, crambe, girassol e soja, a Bio Clean estima uma produção de 2,7 milhões de litros de biodiesel. Um rendimento de cerca de R$ 6,5 milhões (US$ 3,7 milhões) para os produtores familiares.

A Bio Clean Energy pretende levar ainda para todo o território nacional miniusinas, nomeadas Skids, que integram o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Segundo o consultor, o custo de implantação é bem menor do que o das plantas atuais que utilizam tecnologia convencional. "Consideramos que o inicio de operação da unidade de Motuca validará a metodologia e desencadeará um planejamento específico do governo federal, visando a implantação das Skids." O primeiro módulo do projeto para obtenção do Selo de Combustível Social, que abrange os dois mil agricultores deve expandir para outros municípios de São Paulo, segundo Dutra, na região de Andradina, Bauru e Itapeva.