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Bimbo compra fabricante de panetone

Valor Econômico - 29/11/2007

Nem só de pão e bolo vive a Bimbo no Brasil. O grupo alimentício mexicano, especializado em itens de panificação e que fatura cerca de US$ 5 bilhões, está aumentando o seu portfólio no país, onde possui as marcas Pullman e Plus Vita, adquiridas da Bunge em 2001. A empresa acaba de estrear no segmento de barrinhas recheadas e de cereais, e comprou o Panifício Laura, empresa de Várzea Paulista (SP), que produz bolos, panetones e biscoitos wafer. Estas duas últimas categorias são novidade para a filial brasileira da Bimbo, que não revela o valor pago pela Laura. Segundo fontes do mercado, a cifra gira em torno de R$ 50 milhões (US$ 28,74 milhões). Outra novidade lançada este mês pela Bimbo é a Rap10, uma massa semipronta em formato de disco, que lembra uma panqueca. Segundo Roberto de Azevedo, diretor-geral da Bimbo no Brasil, a escolha da Laura deve-se ao fato de a empresa ser a segunda maior fabricante de panetones do país, só atrás da Bauducco. A vontade de disputar categorias diferentes não significa, porém, que o negócio de pães e bolos industrializados esteja indo mal. Segundo a Nielsen, o consumo de pão cresceu 42% em volume entre 2002 e 2006, com 7,3% de alta no primeiro semestre deste ano, com receita de R$ 775,5 milhões (US$ 445,7 milhões). Em bolos, o aumento foi maior, de 88,3% em volume entre 2002 e 2006, embora tenha ficado estável no primeiro semestre de 2007, quando o consumo em toneladas subiu 3% e as vendas chegaram a R$ 147 milhões (US$ 84,5 milhões). A venda de pães e bolos traz um limitador: a curta vida útil do produto, que se estende por 12 dias, em média. Os centros de distribuição não têm tempo hábil para levar o produto muito longe das três fábricas no Brasil (SP, RJ e PE) . "Já com outros produtos no portfólio, temos chance de chegar a novos mercados", afirma Azevedo.