12/05/09 11h31

BCs estão otimistas com Brasil

O Estado de S. Paulo - 12/05/2009

Os países emergentes, com China e Brasil à frente, foram os destaques da reunião bimestral dos presidentes de bancos centrais, encerrada ontem, na Suíça. O encontro, descrito como "o mais otimista em um ano", sobre o futuro do crescimento mundial, foi marcado pelos elogios aos dois países, que já teriam superado o "ponto de inflexão" da crise econômica.

As constatações foram feitas por diferentes autoridades monetárias que participaram das reuniões de domingo e ontem e confirmadas pelo presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles. Para os banqueiros, o estado da economia mundial ainda inspira cuidados, mas os chamados "sinais antecipados" - indicadores econômicos parciais - da China e do Brasil despertaram o clima positivo nas análises.

O primeiro a ressaltar que a economia global pode estar iniciando o período pós-crise foi Jean-Claude Trichet, presidente do BC Europeu (BCE). "No que se refere ao crescimento, estamos próximos do ponto de inflexão", disse, referindo-se à queda do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2008 e no primeiro trimestre deste ano. "Em alguns casos, já se vê a retomada; em outros, a queda continua, mas em ritmo mais lento."

Henrique Meirelles confirmou a avaliação positiva das autoridades monetárias sobre Brasil e China, mas ressaltou que o momento ainda é de incertezas. Quatro medidas adotadas por Brasília após o início da crise teriam sido avaliadas positivamente pelas autoridades monetárias: empréstimos de reservas para empresas privadas, liberação de depósitos compulsórios para pequenos e médios bancos, redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis e a injeção de US$ 33 bilhões pelo BC no mercado de derivativos.