29/06/07 11h15

BC revê para cima projeção para PIB e investimento

Valor Econômico - 29/06/2007

Os investimentos neste ano serão mais fortes do que o inicialmente esperado pelo Banco Central, colaborando para ampliar a capacidade de crescimento da economia, informa o relatório trimestral de inflação divulgado ontem pela instituição. O aumento dos investimentos, que em março foi projetado em 7,1%, agora é calculado em 8,5%. Esse é o destaque nas estimativas da autoridade monetária para a evolução do PIB de 2007, cuja expansão foi revista de 4,1% para 4,7%. Em 2006, os investimentos já haviam ficado em patamar elevado, de 8,7%, mas o BC acreditava que esse tinha sido apenas um pico, e que iria acontecer uma certa acomodação. Desde abril, porém, começou a se consolidar dentro do BC o entendimento de que a economia passa por mudanças estruturais, que vão consolidar um novo patamar de investimentos na economia. O BC decidiu rever para cima suas projeções de investimento diante do bom desempenho no início do ano. O relatório de inflação assinala que a absorção de bens de capital apresentou um "expressivo aumento de 20,1%" no primeiro quadrimestre, comparado com o mesmo período de 2006. A importação de bens de capital cresceu 32%, e a produção de bens de capital, 15,4%. Segundo o relatório de inflação do BC, "o crescimento expressivo apresentado pelos investimentos nos primeiros meses de 2007 evidencia a recuperação da renda agrícola, os altos níveis de confiança dos empresários, o patamar reduzido do risco Brasil, o volume de importações de bens de capital, assim como a continuidade do processo de flexibilização da política monetária". A alta dos investimentos é, para o BC, um fato tranquilizador, porque aumenta a capacidade de crescimento da economia, tornando menos prováveis pressões inflacionárias quando a demanda cresce fortemente. O consumo, por outro lado, também está mais forte nas projeções do BC, avançando 6,1%, ante 5,6% anteriormente estimado. O consumo dos governo sobe de 0,9% para 2,9%, em grande parte devido à nova metodologia de cálculo do PIB, que tornou mais acurada a estimativa da presença do governo na economia. Do ponto de vista da oferta, o BC estima um crescimento de 7% na agricultura, 4,4% na indústria e 4,3% nos serviços. Os serviços são puxados pelo comércio (6,7%) e intermediação financeira (também 6,7%). A indústria de transformação cresce 4,2%, e a extrativa mineral, 6,2%.