26/09/11 18h27

Bayer vai construir vitrine sustentável na capital paulista

Brasil Econômico

Companhia química alemã investe R$ 1,5 milhão para conquistar o consumidor brasileiro de materiais ‘verdes” de construção

A tendência mundial de buscar novas alternativas de materiais levando em consideração a utilização de matérias-primas de fonte renovável, produtos que favoreçam a economia de água e de energia e facilitem a vida do consumidor final está chegando ao Brasil. Um sinal dessa tendência foi dado na semana passada, com a visita do presidente mundial da Bayer Material Science, Patrick Thomas, à fábrica de Belfort Roxo, no Rio de Janeiro, que vai receber investimentos de R$ 20 milhões em modernização e infraestrutura ainda esse ano. Esses recursos representam em torno de 12% dos investimentos totais do grupo no país em 2011, da ordem de R$ 170 milhões.

Durante a visita de Thomas, o presidente da Bayer na América Latina, Ulrich Ostertag, anunciou a construção do primeiro edifício ecocomercial da empresa na América Latina. Protótipos já existem na Índia, Bélgica, Alemanha e Estados Unidos. “A ideia é funcionar como uma vitrine das novas tecnologias em construção”, disse Ostertag. O edifício, que deverá abrigar a unidade de recursos humanos da Bayer em São Paulo, terá 200 metros quadrados e deverá ficar pronto em 2012.
“Queremos testar no clima do Brasil as tecnologias que aumentam o desempenho ambiental dos edifícios”, diz Fernando Resende, gerente do programa. Ele explica que, entre outras novidades, o edifício terá revestimento de espuma de poliuretano nas paredes, que reduz em quase a metade o consumo de energia e consequentemente ajuda a combater as mudanças climáticas. “Atualmente os edifícios são responsáveis por cerca de 30% das emissões de gases de efeito estufa e mais de 40% do uso de energia global”, disse Thomas. “Então, a necessidade de formas renováveis de energia é evidente.”

O edifício paulista também servirá como vitrine de outros materiais como adesivos, selantes e tintas com baixa emissão de solventes, e luminárias led com policarbonato na composição que diminuem o consumo energético e são 50% mais leves que o vidro. O investimento em todo o projeto, que não implica apenas a construção do edifício propriamente dita, é da ordem de R$ 1,5 milhão.

Outras finalidades
Compostos de poliuretanos também são utilizados pela Bayer para outras finalidades, como substitutos para tetos metálicos de carros, espumas para refrigeradores, freezers, câmaras frigoríficas e no transporte refrigerado. Novas pesquisas em nanotecnologia visam reduzir o tamanho dos poros da espuma e reduzir ainda mais o consumo de energia dos aparelhos.

Um desdobramento das pesquisas visa aplicações na fabricação de pás para turbinas eólicas com lâminas mais rígidas e mais leves. “Essa é uma tecnologia que está evoluindo muito rápido e temos que acompanhar essa evolução de perto”, disse Thomas.

“Trocar componentes altamente energéticos, como aço e vidro, por polímeros, que também requerem muito menos energia na sua fabricação, reduzindo também o peso, oferece uma mudança significativa”, complementou.

O presidente da Bayer Material Science lembrou que o Brasil tem um potencial muito grande para novos produtos principalmente focados em petróleo e energia. “Mas tem que lembrar que precisa ter um setor industrial forte, senão vai acabar com a Rússia, que possui muitos recursos naturais e nenhuma indústria.”