18/02/10 11h03

Bancos regionais vão elevar oferta de crédito

O Estado de S. Paulo

Agências de fomento e bancos de desenvolvimento regionais que integram a Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE) se preparam para aderir ao Fundo Garantidor de Investimento (FGI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

As 24 associadas, que somam cerca de R$ 3,5 bilhões (US$ 1,9 bilhão) em carteira, querem aproveitar a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), aprovada no fim de janeiro, que permitiu a compra de cotas de fundos garantidores de risco de crédito para aumentar a oferta de crédito para pequenos empreendedores este ano. Esses fundos foram autorizados pelo governo federal em 2009.

A ação dos bancos regionais será complementar à do BNDES e a adesão deve aumentar o patrimônio líquido do fundo, hoje em torno de R$ 700 milhões (US$ 388,9 milhões). A resolução do CMN atendeu a um pedido da ABDE. Segundo o novo presidente da entidade, Maurício Chacur, a falta de garantia é um dos principais obstáculos para a concessão de crédito para pequenas empresas.

Embora ainda não tenha uma estimativa do impacto da medida na capacidade de alavancagem dos agentes, já que a demanda este ano pode ser menor, por causa da recuperação da economia e do mercado privado de crédito, ele acredita que o acesso ao FGI facilitará o financiamento de pequenos negócios.

Segundo Chacur, o principal alvo das instituições ligadas à ABDE é o fundo do BNDES, que pode chegar a R$ 4 bilhões (US$ 2,2 bilhões). Instituições regionais como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) ou a Caixa RS poderão comprar cotas do FGI no valor de 0,5% do montante que querem garantir. O fundo honra 80% da dívida de inadimplentes, com limite de até 7% da carteira.

A resolução do CMN também autorizou os agentes regionais a comprar cotas de fundos com aplicações exclusivas em títulos públicos. Até agora, só podiam comprar os papéis diretamente, reduzindo a liquidez dos ativos.

"Alguns Estados ainda não têm instituições de fomento e queremos trabalhar para que cada um tenha pelo menos uma", afirmou Chacur, que preside a Investe Rio. São Paulo criou, após a venda da Nossa Caixa em 2008, uma agência batizada de Nossa Caixa Desenvolvimento. Em seu primeiro ano de operação, a agência fechou 2009 com R$ 160 milhões (US$ 88,9 milhões) em créditos aprovados. Para 2010, a meta é ambiciosa: atingir R$ 1 bilhão (US$ 555,6 milhões) em empréstimos.