11/01/18 12h06

Banco dos Brics e Santander se unem para financiar infraestrutura

Valor Econômico

O Santander Brasil e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como o "banco dos Brics", anunciaram uma parceria comercial para financiar projetos de infraestrutura.

Com o acordo, o NDB pretende dar volume a suas operações no Brasil, onde o banco de fomento pretende instalar um escritório ainda neste ano. Criado em 2014, o banco dos Brics tem sede em Xangai.

A ideia é que a equipe do Santander prospecte as transações e o NDB entre na operação quando houver interesse. O acordo abrange concessão de linhas de crédito voltadas a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, e serviços como estruturação de emissão de bônus, operações de câmbio e derivativos e transferência de valores.

"É o primeiro acordo entre o NDB e um banco no Brasil", afirmou ontem o diretor-geral de estratégia e parcerias do NDB, Sergio Suchodolski, em conversa com jornalistas por meio de teleconferência. "Esperamos que seja uma parceria duradoura que renda muitos projetos."

Gerenciamento de recursos hídricos, saneamento, transporte, conectividade, energia limpa, desenvolvimento sustentável e integração econômica são áreas de interesse do NDB. O banco dos Brics e o Santander já têm um primeiro projeto em negociação, mas as instituições não revelam os detalhes. Além disso, o NDB tem uma carteira de US$ 300 milhões em projetos de energia renovável no Brasil e, segundo Suchodolski, está em estágio avançado de negociação com dois Estados brasileiros para outras transações.

"A gente vai ter no NDB um grande parceiro para financiar e prover os serviços", disse Rafael Noya, diretor de relacionamento com clientes do banco de investimentos do Santander. A instituição vem dando grande foco ao financiamento de infraestrutura e, segundo o executivo, há "alguns bilhões de reais" em projetos na área esperados para este ano. Para dar funding às operações no país, o NDB deve fazer captação de recursos em reais neste ano. O instrumento, porém, não está definido.

Segundo Suchodolski, o banco está em negociação com o governo para instalar um escritório no Brasil, com foco em América Latina. Com capital aprovado de US$ 100 bilhões e 20% de suas ações pertencentes ao Brasil, o NDB quer expandir sua atuação para além dos Brics, disse.