24/08/09 09h53

Banco de terrenos garante investimentos em alto padrão

DCI

O programa "Minha Casa, Minha Vida" do governo federal tem mexido com os ânimos do setor de construção, tendo em vista que várias empresas, depois da divulgação de seus resultados do segundo trimestre de 2009, disseram-se empenhadas em investir nos projetos para a classe econômica. Na outra ponta, porém, o alto padrão não perderá força se depender de algumas construtoras e incorporadoras conveniadas com o programa federal.

O que garante a continuidade de investimentos nesse braço forte do setor imobiliário é o banco de terrenos que as grandes empresas do setor possuem. Para o presidente da consultoria de mercado imobiliário Newmark Knight Frank, Sérgio Negro, "quem tem estoque de terrenos para a alta renda não deixará de investir nesse segmento". O diretor comercial da Rossi Residencial, Leonardo Diniz, assegura que a empresa "está com um grande volume no banco de terrenos". O executivo diz que a empresa pretende investir fora do Estado de São Paulo, mas afirma que não deixará de "aproveitar as oportunidades em São Paulo".

Dos R$ 20,9 bilhões (US$ 11 bilhões) de valor geral de vendas (VGV) em banco de terrenos da Rossi, R$ 1,089 bilhão (US$ 573,2 milhões) é destinado aos próximos lançamentos, com unidades acima de R$ 500 mil (US$ 263,2 mil), na região metropolitana de São Paulo. A Cyrela Brazil Realty também mostrou em seus resultados do segundo trimestre deste ano que está pronta para investir em alto padrão. A companhia acumula um VGV de R$ 4,7 bilhões (US$ 2,5 bilhões) em banco de terrenos, com permutas, em todo o País. "Ninguém quer perder seu share", afirma o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. Para ele, interessados por imóveis luxuosos "dificilmente sofrem com a crise como os compradores da classe média".

Os resultados do trimestre passado da Rossi demonstram a confiança de Diniz. Está registrado o lançamento de 245 unidades de alto padrão, com VGV de R$ 163 milhões (US$ 85,8 milhões). Valor considerável se comparado com os R$ 211 milhões (US$ 111,1 milhões) de VGV de lançamentos econômicos. Diniz não divulga o valor que a Rossi investirá em lançamentos no segundo trimestre, mas ressalta que o objetivo é aumentar a produção em relação ao segundo.