12/11/09 11h29

Bagaço de cana ajuda a iluminar interior do Estado

Valor Econômico

O interior do Estado de São Paulo recebeu uma ajuda indireta das usinas de açúcar e álcool que fornecem energia a partir do bagaço de cana para as distribuidoras. O Estado conta com 54 usinas interligadas à rede. "Parte dessas usinas sucroalcooleiras ajudou a mitigar o efeito do apagão no interior do Estado", afirmou Zilmar José de Souza, assessor em bioeletricidade da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). As usinas paulistas têm, sobretudo, contratos de fornecimento com a CPFL Paulista e a Elektro.

Segundo Souza, essas 54 usinas colocam na rede energia suficiente para iluminar uma cidade de 1,4 milhão de habitantes - o equivalente a duas cidades como Ribeirão Preto, o maior polo produtor de cana no país. Boa parte destas unidades está instalada na região de Ribeirão Preto e no Oeste e Noroeste paulista. A energia a partir da biomassa virou importante alternativa de fonte para a matriz energética do país. Mas sua representatividade ainda é pequena. "O setor sucroalcooleiro ajuda a tornar o sistema menos vulnerável", afirmou Souza.

O potencial de fornecimento de energia a partir do bagaço das usinas de açúcar e álcool do Brasil equivale a um complexo do Madeira (um total de 6.000 MW). Mas o que é comercializado efetivamente por cerca de 88 usinas do país, de um total de 400, representa cerca de 25% desse potencial. As usinas brasileiras chegaram a anunciar investimentos em cogeração de energia de cerca de R$ 4 bilhões (US$ 2,3 bilhões) nos próximos anos. No entanto, o apetite foi contido pela crise financeira pela qual essas empresas passam desde o ano passado. O grupo Cosan, a maior companhia sucroalcooleira do mundo, foi um dos que mais investiu em cogeração de energia nestes três últimos anos.