Bacia de Santos deve concentrar a disputa no leilão da ANP
O Estado de S. Paulo - 28/11/2006
A Bacia de Santos deve ser a vedete da oitava rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo e gás da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O leilão começa hoje em clima instável. A Justiça concedeu ontem à tarde liminar cancelando a restrição de ofertas por empresa, instrumento criado pela ANP com o objetivo de evitar concentração de áreas nas mãos de poucas petroleiras. Horas depois, a decisão foi suspensa por 48 horas por decisão do Tribunal Regional Federal (TRF). Para especialistas do setor, Santos será a única região com alguma concorrência entre a Petrobrás e companhias estrangeiras, uma vez que há poucas áreas disponíveis no Espírito Santo - outra área com grande potencial de descobertas - e o restante das bacias concentra, principalmente, novas fronteiras exploratórias. Por determinação do governo, a ANP está oferecendo áreas com maior potencial para a descoberta de gás natural, o que pode desanimar algumas gigantes mundiais, mais interessadas na busca por petróleo. Segundo a ANP, 43 empresas foram habilitadas para fazer ofertas. Entre elas, sete são estreantes em leilões da ANP. As canadenses Brownstone e Rich Minerals, as colombianas Ecopetrol e Hocol, a turca Türkiye Petrolleri e a australiana Woodside ainda não têm negócios no Brasil. A participação de empresas brasileiras é recorde, com 28 inscritas. É a primeira vez que o Brasil faz uma licitação sem estar entre os dez países mais atrativos para investimentos de petróleo, segundo pesquisa da consultoria britânica Fugro Robertson. Em 1999, na primeira rodada, o País estava no topo da lista, elaborada por meio de entrevistas com 140 companhias. Em 2005, dividia a 10ª posição com o Iraque. Este ano, a Líbia lidera a pesquisa, que indica preferência de investidores pelo norte da África, que tem oito países entre os dez primeiros.