18/09/09 10h42

Azaleia anuncia investimento, após governo taxar chineses

DCI

Sete dias após o governo taxar as importações de calçados chineses para evitar a prática de dumping, o Grupo Vulcabras/Azaleia, a maior fabricante de calçados do Brasil, volta a contratar funcionários e promete ampliar a capacidade de produção da empresa em 10% no último quadrimestre deste ano, sobre o trimestre anterior. Ao DCI, o presidente do grupo Milton Cardoso, afirmou que a empresa decidiu retomar os investimentos sob a influência da medida do governo ao taxar em US$ 12,47 cada par de sapato importado da China, que segundo diz, deve reduzir a "concorrência desleal". Para ele, a medida abre uma janela de oportunidades para os produtos nacionais.

"O cenário começa a mudar pela decisão do governo de coibir as importações ilegais; este é um estimulo aos fabricantes de calçados do Brasil", disse Cardoso, sem citar os investimentos a serem feitos no parque produtivo pelo fato de a empresa ser de capital aberto. Com sede em Jundiaí (SP), a empresa anunciou a contratação de 1,8 mil funcionários nas diversas unidades do Brasil. Hoje a empresa conta com 37 mil funcionários.

O empresário afirmou que o aumento da capacidade produtiva em 10% no último trimestre de 2009 será suficientemente positivo para o grupo recuperar a perda de 10% registrada na produção no último trimestre de 2008, quando o baixo dinamismo das vendas internas, prejudicadas pelos produtos chineses, foi agravado pela eclosão da crise econômica mundial. Tal resultado será suficiente ainda para recuperar a queda de 9% no faturamento no terceiro trimestre deste ano. Por esta razão, o empresário estima fechar 2009 com o faturamento estável em relação aos R$ 2 bilhões (US$ 1,1 bilhão) apurados no ano anterior.

Representante da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), o empresário não quis estimar a redução prevista da entrada de calçados chineses no Brasil. Ele garantiu, porém, que a medida representa uma mudança de cenário para as vendas da empresa no mercado interno que caíram 10% no primeiro semestre, sobre igual período do ano anterior. Agora que a demanda começa a reagir positivamente, Cardoso estima que as vendas cresceram e a participação no segundo semestre supere a marca histórica de 60% da receita anual. A expectativa é zerar a perda do primeiro semestre.