04/07/12 14h06

Aviação regional impulsionará setor na América Latina por mais 20 anos

Brasil Econômico

Relatório da Boeing indica que empresas locais devem manter tendência de fortalecimento, motivadas principalmente pelo aumento dos voos de curta distância. Frota regional crescerá 5,1% ao ano

Nos próximos 20 anos, a frota mundial de aviões comerciais deve dobrar, chegando a 39,8 mil aviões em operação. A perspectiva foi apresentada ontem pela Boeing no relatório “Current Market Outlook”, que traça o cenário para a aviação comercial entre os anos de 2011 e 2030.

Com a encomenda de cerca de 33,5 mil novos aviões para atender a essa demanda, a Boeing prevê que as fabricantes devam faturar mais de US$ 4 trilhões no período. Nesse cenário, a América Latina tem sua participação no bolo desse gigantesco mercado. Seu quinhão beira os 10% nas encomendas.

E, de acordo com o relatório, o bom momento econômico deste lado do continente será forte impulsionador do setor de aviação comercial, sobretudo dos voos regionais. Como exemplo da força do mercado de voos de menor distância na região, a Boeing cita o exemplo brasileiro, que em 2011, pela primeira vez na história, teve o número de passageiros internos transportados pelo ar maior do que a quantidade de gente que viajou pelas estradas, de ônibus.

As características particulares do mercado de aviação latino- americano e seu momento de crescimento acelerado geraram companhias com modelos de negócios diferentes das gigantes internacionais, movimento que começa a se consolidar com fusões e associações como a realizada entre companhias como Azul e Trip e Tam e Lan. “As principais companhias da região têm potencial para concorrer com qualquer aérea do mundo”, afirma o relatório.

Com essa forte movimentação no mercado regional, a Boeing espera que a frota de aviões da América Latina cresça a uma média de 5,1% ao ano até 2030. Para alcançar esse número, as empresas da região deverão encomendar 2,5 mil novos aviões, a um custo total de US$ 260 bilhões.

Força asiática
Apesar de ver muito potencial da América Latina, a Boeing enxerga no continente asiático a grande força da aviação nos próximos anos. Segundo a empresa, a Ásia deve ser a origem ou destino de pelo menos metade do voos comerciais realizados em 2030. A região deve encomendar mais de 12 mil aviões entre 2011 e 2030, o que dá um total de US$ 1,7 trilhão em pedidos.