10/08/09 11h33

Aviação executiva em busca da recuperação

O Estado de S. Paulo

O mercado de aviação executiva sofreu como poucos os efeitos da crise econômica. No auge da turbulência, os cancelamentos de encomendas vieram de todos os lados. No Brasil, esse índice ficou em 40%; nos EUA, em 85%; no Leste Europeu, em praticamente 100%, segundo Marco Antonio Bologna, presidente da TAM Aviação Executiva, representante no Brasil da fabricante americana Cessna. Passado quase um ano da quebra do Lehman Brothers, marco inicial da crise, os problemas do setor ainda estão muito longe de acabar. Mas há, pelo menos, uma coisa a ser comemorada: o cenário parou de piorar.

"Temos hoje uma lista de 300 interessados na compra de aviões. Desses, pelo menos uns 60 estão na fase de avaliação mais minuciosa, com boas possibilidades de fechar negócio. Para mim, isso indica que 2010 pode ser já um ano melhor no Brasil", diz Bologna. A TAM Aviação Executiva prevê fechar o ano com entrega de 38 aviões, 14 a menos que no ano passado.

A fabricante brasileira Embraer, porém, que fornece para todo o mundo, acredita que o mercado global para os aviões executivos só deve se recuperar entre 2011 e 2012. "Esse é um setor cujo direcionamento é dado pelos lucros corporativos. E, como os lucros das empresas estão em queda, a consequência é direta", diz Claudio Camelier, diretor de Inteligência de Mercado da Aviação Executiva da Embraer. Segundo ele, as projeções são de que as empresas comecem a se recuperar no ano que vem, dando confiança para que retomem as encomendas em 2011, com mais aviões sendo entregues em 2012. A Embraer prevê entregar este ano 127 jatos - sendo 110 Phenom, seu menor modelo, com preços a partir de US$ 3,5 milhões, e 17 jatos Legacy 600 (US$ 27 milhões) e Lineage 1000 (US$ 42 milhões).