13/09/10 14h47

Autoshopping cresce e gira US$ 2,2 bi

DCI – 13/09/10

Aquecidos com o bom desempenho do setor automobilístico, os autoshoppings devem crescer em todo território nacional, tanto que o País deverá fechar o ano com 41 novos empreendimentos, e atingir 100 unidades em 2010. Atualmente o setor movimenta R$ 3,8 bilhões (US$ 2,2 bilhões) por ano, segundo a Associação dos Shopping Centers de Veículos Automotores do Estado de São Paulo (Anauto-SP).

No Estado de São Paulo, a expectativa é fechar o ano com 45 autoshoppings. Hoje, o estado possui 33 estabelecimentos, contando com 11 que ainda estão em fase de construção. A expectativa é que 12 outros comecem a ser construídos até dezembro. Entre os 22 que estão em funcionamento, segundo a Anauto-SP, a rotatividade de clientes gira em torno de 400 mil pessoas por mês. "Há no segmento uma grande oportunidade e os empresários começaram a perceber isso e começam investir. Só agora, no primeiro semestre do ano, realizamos mais de 180 mil negócios com carros, ou mais de 12 mil negócios por mês", afirmou Homero Fischer, consultor da Anauto-SP e especialista em comércio automotivo.

Hoje, São Paulo corresponde a 23% de toda a movimentação brasileira no segmento, algo perto de R$ 874 milhões (US$ 499,4 milhões) por ano. "São Paulo ainda é a grande potência no quesito autoshoppings, com 23% do mercado nacional e cerca de 700 lojas dentro dos estabelecimentos, além de muita rotatividade de carros", afirmou Fischer.

A rotatividade de carros dentro dos autoshoppings, para o consultor varejista da AGC Internacional, Nelson Barrizzelli, mostra a concorrência e o crescimento do segmento. "Muita gente acha que só há concorrência entre autoshoppings e lojas de rua, mas não é assim: hoje um shopping de carros já pode pleitear competir com uma concessionária. O conforto, as opções de marcas e as opções de financiamento são o grande trunfo de um autoshopping hoje." A presidente da Anauto-SP, Karla Aranda, também vê a concorrência com as concessionárias como uma realidade, por questões de alternativas de pagamento. "Damos aos clientes mais opções de financiamento do que muitas concessionárias, além da variedade de modelos e marcas dentro do mesmo lugar", disse.

De acordo com a presidente, metade de todo o faturamento na venda de carros é resultado de compras financiadas. Para reforçar a competitividade, uma tendência de mercado, segundo a Anauto, é a mudança em alguns conceitos de gestão dentro dos autoshoppings. "Quando nasceram, em 1995, os autoshoppings eram meio parecidos com shoppings normais e meio parecidos com feirão de automóveis. Hoje é preciso criar uma personalidade única para o segmento", disse.

Essa nova personalidade recebeu o nome de Auto Shopping 2.0, e visa, além da conquista de mais clientes das lojas de ruas, aumentar a fatia de vendas de seminovos que hoje é das concessionárias. "O empresário do autoshopping precisa se sentir melhor e com mais poder de vendas, até por possuir mais opções de carros e marcas que as concessionárias. Hoje, temos apenas 11% do mercado de seminovos das concessionárias. Número que deverá chegar a 20% em dois anos", disse José Carlos Fonseca Ferreira, Sócio Diretor da RMV Consultores Associados.