21/01/10 10h52

Aumento de 6% do PIB este ano levará vendas de papelão ondulado a recorde

Valor Econômico

As vendas de papelão ondulado poderão bater um novo recorde em 2010, caso se confirme a previsão de crescimento traçada pela Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO). De acordo com o presidente da entidade, Ricardo Lacombe Trombini, as vendas do setor devem acompanhar o ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e podem crescer até 6% no ano. Na Klabin, maior empresa brasileira no segmento, a melhora nas vendas e a perspectiva de que o crescimento será sustentado nos próximos anos já levaram à retomada de estudos sobre futura ampliação de capacidade.

"O volume de vendas poderá ser recorde, assim como deve ocorrer em outros setores caso o país de fato cresça entre 5% e 6%", afirma Trombini, que assumiu a presidência da ABPO em 1º de janeiro, após a saída de Paulo Sérgio Peres. No ano passado, as vendas de papelão ondulado totalizaram 2,274 milhões de toneladas, queda de apenas 0,01% ante o registrado em 2008, quando o volume expedido pelo setor foi histórico. A melhora a partir da segunda metade do ano passado garantiu a recuperação - no acumulado até junho, a queda girava em torno de 6% - e levou a ABPO a revisar para cima suas estimativas, que inicialmente apontavam para recuo de cerca de 4% nas vendas anuais. "A partir de agosto, as expedições passaram a mostrar um ritmo surpreendente e começamos a ver a possibilidade de o ano encerrar estável." Assim, ao fim de 2009, o setor havia comercializado 2.273.780 toneladas de papelão ondulado, encostado no recorde de 2008, quando foram vendidas 2.273.948 toneladas.

Apesar de sazonalmente mais fraco para a indústria, o início do ano está sendo marcado por melhora nas taxas de ocupação. No ano passado, aponta Trombini, o índice ficou entre 85% e 90%. Nesses 20 primeiros dias de 2010, a ocupação varia de 90% a 95%. A maior ocupação das linhas, porém, ainda não se refletiu na execução de projetos de expansão da capacidade. Conforme o presidente da ABPO, o ritmo de retomada dos investimentos na indústria ainda é "tímido".