27/07/11 15h57

Aumentam imigrantes investidores em cidades interioranas

DCI

As melhoras nas condições da economia brasileira, a realização de eventos internacionais e a descoberta de recursos naturais, como o pré-sal, vêm estimulando profissionais estrangeiros a trabalharem no Brasil. De acordo com dados recentes do Ministério do Trabalho, entre janeiro e junho de 2006, houve 10.891 autorizações de estrangeiros no País; no mesmo período de 2011 já foram 26.545. No interior do estado, as cidades de Piracicaba, Sorocaba e Jacareí se tornarão sede de empresas como Hyundai, Toyota e Chery, totalizando um investimento de cerca de US$ 1,9 bilhão.

Para o advogado do escritório Garcia, Fernandes e Advogados Associados, especialista em Direito Internacional, Luís Renato Vedovato, essa expansão se deve à dificuldade ainda encontrada para o ingresso de produtos estrangeiros no país.

"É, portanto, mais fácil, ainda, fabricar aqui para o mercado interno. O desafio é fazer desse crescimento econômico um ganho duradouro para o país e para a sociedade", comentou Luis Renato Vedovato.

Americanos

Os americanos foram os que mais solicitaram autorizações de trabalho em 2010 (7,5 mil pedidos), profissionais das Filipinas vêm na sequência (6,5 mil). O especialista em Direito Internacional alerta para o fato de muitos países estarem passando por crises econômicas. "A busca é reflexo de crises econômicas nos países de origem dos migrantes e de um aparente crescimento econômico brasileiro, que atrai estrangeiros para cá", explicou o advogado. Mesmo com o momento de oportunidades, a política brasileira de recepção de estrangeiros impede a entrada de muitos profissionais.

"O Brasil não tem uma política para recepcionar o imigrante. É um processo demorado, é exaustivo e burocrático", disse Vedovato. O especialista afirma ainda que quem vem de fora "enfrenta dificuldades em conseguir o visto, por conta da demora de resposta do Estado brasileiro e por haver um tratamento do estrangeiro como uma questão de segurança nacional".

Ainda não existem modelos internacionais que sirvam de exemplo para o Brasil, mas "o acesso do imigrante à Justiça é o caminho para melhora da democracia interna e no mundo". Apesar dos entraves, Vedovato explica que a preocupação em infraestrutura e a capacitação do brasileiro podem atrair ainda mais investimentos.