15/01/09 11h44

Até com chuva e sem luz, venda de calçado cresce

Valor Econômico - 15/01/2009

A única coisa que não funcionou bem na 36ª Couromoda, feira internacional de calçados, foi o telhado. Ontem, enquanto a chuva caía em goteiras que mais pareciam chuveiros nos corredores do pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo, nos estandes eram fechadas vendas até 63% maiores do que na última edição do evento, em janeiro de 2008. "Os clientes voltaram a comprar, inclusive os de fora, da Europa", disse Paulo Schefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Ivoti (RS) e proprietário da fabricante de calçados masculinos West Coast e da marca de calçados femininos Cravo & Canela. Segundo ele, até ontem, penúltimo dia da feira, as vendas fechadas da West Coast para este primeiro semestre de 2009 já haviam ultrapassado em 28%, em volume, as da Couromoda do ano passado. "Considerando a Cravo & Canela, vendemos 63% mais até agora", disse o empresário. O segredo, segundo ele, está nos preços. "Nossas linhas estão em média custando 6% menos do que na coleção que apresentamos há um ano." Márcio Utsch, diretor-presidente da Alpargatas adotou a mesma estratégia. "Na Alpargatas baixamos o preço de várias linhas", disse, sem especificar um percentual médio. "Na Topper, por exemplo, temos tênis a partir de R$ 39 (US$ 16.9). Na Mizzuno, há pares de R$ 180 (US$ 78.3), enquanto a média de mercado é de R$ 250 (US$ 108.7)." Com isso, segundo Utsch, a Alpargatas deve terminar a feira com um volume de negócios 20% acima do conquistado em 2008. Nos estandes das grifes Arezzo e Schutz, as vendas fechadas até agora, com encomendas para o resto do ano, já somavam um faturamento 10% maior do que o de 2008. Na Pampili a expectativa também era otimista. "O mercado está desabastecido, por isso os lojistas estão comprando bastante agora", diz Sérgio Andreazzi, gestor de negócios da marca de calçados infantis. João Carlos Wilbert, dono da Crysalis, marca de calçados femininos, tem a mesma opinião. Na fabricante de calçados infantis Bical, Silton Freire, gerente de exportações, negociava descontos com seus clientes à luz da tela do celular. "Comparado com a crise lá fora, isso aqui é uma festa." A Couromoda, que reuniu 1200 expositores, termina hoje.