03/08/10 16h34

Ásia ganha peso nas vendas da Klabin

Valor Econômico – 03/08/10

As crescentes encomendas de cartão por parte de clientes asiáticos estão alterando de forma marcante o mapa dos destinos das vendas externas da Klabin, maior fabricante brasileira de papéis para embalagens. No primeiro semestre, os asiáticos responderam por 33% dos R$ 408 milhões (US$ 233,1 milhões) em receita líquida gerada por exportações. Em igual intervalo de 2009, essa fatia foi de 17% (sobre total de R$ 383 milhões/US$ 194,4 milhões). "Os volumes para a Ásia cresceram bastante e devem seguir altos", afirmou o diretor-geral da Klabin, Reinoldo Poernbacher. Em linhas gerais, a demanda por cartões neste momento é superior à capacidade de produção da companhia. "Durante a crise, buscamos novos mercados e conquistamos novos clientes, que mantêm pedidos, como China e Cingapura."

Em volume, os embarques para Ásia passaram de 43 mil toneladas no primeiro semestre do ano passado, ou 16% do total exportado (269 mil toneladas), para 87,9 mil toneladas, equivalentes a 30% das exportações registradas neste ano (293 mil toneladas). Conforme o executivo, a expansão é puxada pela área de líquidos. Na contramão dos asiáticos, clientes da Europa, tradicional mercado da Klabin, estão perdendo relevância nas vendas da brasileira. De janeiro a junho, o continente foi responsável por 16% das exportações em volume e 15% do valor embarcado pela companhia. No mesmo semestre do ano passado, as participações haviam sido de 35% e 27%, respectivamente. A América Latina segue como principal destino internacional, com fatia de 43%.

Em relação ao mercado interno de cartões, que foi marcado pelo aperto entre oferta e demanda e dilatação dos prazos de entrega nos dois últimos meses, o executivo afirmou que não há risco de desabastecimento. "Não estamos vendo dificuldade para atender a procura", garantiu. Apenas no segundo trimestre, as vendas de cartões da companhia totalizaram 165 mil toneladas, com alta de 44% na comparação com igual intervalo de 2009 e de 1% frente ao primeiro trimestre - a Klabin promoveu parada para manutenção na fábrica de Monte Alegre (PR) por 10 dias em junho, o que teve impacto sobre a produção de cartões.

A Klabin registrou receita líquida de R$ 905 milhões (US$ 517,1 milhões) no segundo trimestre, com expansão de 33% ante o verificado um ano antes. O lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 236 milhões (US$ 134,9 milhões), com crescimento de 58% na mesma comparação. O lucro líquido no intervalo foi afetado pela variação cambial e recuou 84%, para R$ 49 milhões (US$ 28 milhões). De acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Sergio Alfano, no segundo trimestre do ano passado o lucro líquido havia sido impulsionado por R$ 411 milhões (US$ 208,6 milhões) em ganhos de variação cambial. Neste ano, acabou pressionado por perdas de R$ 70 milhões (US$ 40 milhões) nessa linha.