01/02/18 13h46

ArcelorMittal está otimista com mercado brasileiro

Valor Econômico

Após um 2017 positivo, a siderúrgica europeia ArcelorMittal está otimista com o desempenho das operações brasileiras neste ano, apostando que a recuperação da economia, principalmente do setor automotivo e de construção, impulsionará o consumo de aço.

Na apresentação dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2017, a ArcelorMittal projetou que o consumo aparente de produtos siderúrgico deve subir de 6,5% a 7,5% no Brasil neste ano, o crescimento mais rápido de todas as regiões em que atua. "Os prospectos para 2018 no Brasil são bastante encorajadores", afirmou o diretor-financeiro da companhia, Aditya Mittal, em teleconferência com analistas realizada ontem.

A estimativa de consumo aparente está sustentada, diz o grupo, na recuperação da economia e da confiança do consumidor, com a demanda por aços longos também melhorando em meio à retomada da construção. No ano passado, o avanço foi de 4,6%.

Na China, que em 2017 bateu o recorde de produção de aço, o cenário é bem diferente: o gigante asiático tem as piores previsões. O consumo por lá provavelmente ficará próximo à estabilidade, com perspectiva que vai de queda de 0,5% a alta de 0,5%. No resto do mundo, excluindo China, a companhia espera alta de 1,5% a 2,5%.

A siderúrgica obteve no quarto trimestre de 2017 lucro líquido de US$ 1,039 bilhão, aumento de 2,6 vezes em relação aos US$ 403 milhões registrados no mesmo período de 2016. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 29%, para US$ 2,141 bilhões.

A receita com vendas nos últimos três meses do ano passado cresceu 25% na comparação anual, de US$ 14,126 bilhões para US$ 17,710 bilhões.

O lucro da companhia veio acima do esperado pelo mercado. Segundo levantamento feito com analistas pela consultoria FactSet, a expectativa era de lucro líquido de US$ 715 milhões. Já a receita ficou um pouco abaixo do esperado, uma vez que a expectativa era de US$ 17,94 bilhões. Para o Ebitda, a estimativa era de US$ 2,08 bilhões.

A receita foi beneficiada pelo crescimento de 4% na produção de aço, para 22,7 milhões de toneladas, e pelos embarques, que avançaram 5%, para 21 milhões de toneladas. Também ajudaram o crescimento no preço médio de venda de aço (20,4%) e o preço de mercado do embarque de minério de ferro (3,8%).

No Brasil, a receita cresceu 29%, para US$ 2,52 bilhões, com o lucro operacional totalizando US$ 266 milhões, alta de 86%. A produção de aço cresceu 7%, para 2,989 milhões de toneladas, com os embarques avançando 7,4%, a 3,052 milhões de toneladas.

No acumulado de 2017, a ArcelorMittal obteve um lucro líquido de US$ 4,568 bilhões, alta de 2,5 vezes, e uma receita de US$ 68,679 bilhões, avanço de 21%. O Ebitda cresceu 34,4%, para US$ 8,408 bilhões.

"A combinação da melhora dos fundamentos do mercado e a entrega de nossos objetivos estratégicos contribuíram para que a empresa tivesse um ano bem sucedido", afirmou, em nota, o diretor-presidente da companhia, Lakshmi Mittal.

Segundo o presidente, a empresa continuará com o seu processo de redução da alavancagem neste ano, mas "investirá de forma seletiva em oportunidades que fortalecerão as fundações para a criação sustentável de valor". No ano passado, a dívida líquida recuou 9%, para US$ 10,1 bilhões, levando a relação com o Ebitda a 1,2 vezes, enquanto em 2016 esteve em 1,6 vezes. Os analistas ouvidos pela FactSet aguardavam que a dívida totalizasse US$ 9,9 bilhões.