21/12/10 10h56

Aquisições somam até US$ 2,9 bi em 2010

Valor Econômico

As indústrias farmacêuticas tiveram um ano agitado em aquisições, movimentando cerca de R$ 5 bilhões (US$ 2,9 bilhões) em negócios somente este ano. A máquina de compras Hypermarcas comandou as principais operações do setor, seguida pela nacional Eurofarmae a americana Pfizer. Nos últimos dois anos, o segmento farmacêutico nacional virou alvo de importantes negócios, atraindo várias multinacionais ao país interessadas em ingressar, sobretudo, no segmento de genéricos, por conta do potencial de crescimento desse mercado.

Somente a Hypermarcas investiu mais da metade desses R$ 5 bilhões (US$ 2,9 bilhões) em aquisições e se tornou a líder nacional em genéricos, após a compra da nacional Mantecorp, concluída no domingo, e a vice-liderança em dermocosméticos. Em março, a Hypermarcas já tinha comprado, por R$ 52,161 milhões (US$ 30,7 milhões), a Luper Indústria Farmacêutica, fabricante dos medicamentos Gastrol e Virilon, entre outros. Em novembro, adquiriu três importantes marcas de medicamentos da farmacêutica Medley, controlada pela francesa Sanofi-Aventis.

No fim de 2009, a Hypermarcas comprou a Neo Química, de Anápolis (GO), que estava sendo disputada pela americana Pfizer, dando passo gigante em genéricos. Desbancada pela Hypermarcas nesse negócio, a farmacêutica americana partiu para cima da Teuto, instalada na mesma cidade goiana que a concorrente, e concluiu em outubro a compra de 40% da companhia por R$ 400 milhões (US$ 235,3 milhões), com opção de adquirir os 60% restantes a partir de 2014.

A farmacêutica nacional Eurofarma também esteve à frente de importantes negócios este ano. Em dezembro, comprou a Segmenta, de Ribeirão Preto (SP), marcando sua estreia em soro hospitalar. O valor do negócio foi avaliado em R$ 400 milhões (US$ 235,3 milhões) - a empresa não confirma. Neste ano, a empresa também adquiriu o controle do laboratório Gautier, com sede em Montevidéu, no Uruguai. O apetite por aquisições continua firme. Principal adversário da Hypermarcas para levar a Mantecorp, o laboratório nacional Aché também não ficou parado. A empresa comprou 50% da Melcon, de Anápolis. Com essa operação, a companhia fez sua estreia no disputado mercado de hormônios, em crescimento dentro e fora do país.

O movimento de aquisições no setor farmacêutico não ficou restrito aos grandes laboratórios. Em abril, o grupo americano Valeant comprou duas empresas de pequeno porte: a Delta e a Bunker, que, juntas, somaram aportes de R$ 200 milhões (US$ 117,6 milhões). Essas transações, segundo informou a empresa à época, ajudaram a companhia a reforçar sua posição em medicamentos genéricos.