13/06/11 14h26

Aquamare, de SP, investe em água do mar para beber

Valor Econômico

Em um país com inúmeras fontes de água mineral e a maior bacia hidrográfica do mundo, porque alguém teria interesse em dessanilizar água do mar para consumo humano? É a esse propósito que se dedica a empresa Aquamare, com sede em Bertioga, no litoral paulista. Com investimentos de US$ 3 milhões e 11 anos para o desenvolvimento do projeto, a companhia lançou em março sua água do mar dessanilizada, a Aqua+. "A ideia não é competir com as água minerais. É oferecer um produto novo e diferente", diz Rolando Viviani Júnior, diretor de marketing da empresa. Segundo ele, a água do mar sem sal mantém mais de 60 minerais que só á água do oceano oferece. Por conta dessa característica, a Aquamare acredita que há um mercado a ser explorado para a água marinha. Tanto que sua meta é chegar a 2 ou 3 milhões de litros vendidos ao mês até o fim do ano que vem.

Para isso, a empresa negocia com o grande varejo a entrada do produto nesse canal de vendas. Por enquanto, a Aqua+ está sendo vendida só em lojas de produtos naturais, a um preço que vai de R$ 2 a R$ 2,50 (US$ 1,3 a US$ 1,6) a garrafa de 500 ml - praticamente o dobro do que custa uma água mineral comum. "Nosso público-alvo são as pessoas preocupadas com saúde e bem estar. Por isso nossos primeiros canais de vendas são lojas de produtos naturais e restaurantes vegetarianos", diz Viviani Júnior. Para convencer o grande varejo, a Aquamare conseguiu com a Nickelodeon licenciar o personagem Bob Esponja a fim de estampar o rótulo das garrafas de água dessanilizada. A ideia, segundo ele, é deixar o produto mais atraente para o público em geral.

O processo de dessanilização da água, segundo o diretor, começa em alto mar, onde há menos materiais em suspensão (areia, algas etc) que nas áreas próximas a praia. "Com um navio, captamos toda água e levamos para a fábrica, onde tiramos o sal por meio de um processo chamado osmose reversa, que nada mais é que uma série de nanofiltragens", explica ele. O processo, de acordo com o executivo, é de 30% a 40% mais caro que a extração de água mineral de fontes naturais. "É por isso que o produto também custa mais. Mas a água marinha tem maiores benefícios que á água comum", diz o diretor.