05/09/18 12h44

Aptiv investe para produzir mais no Brasil

Empresa fruto da cisão da Delphi trabalha na ampliação e modernização de três fábricas locais

Automotive Business

*GIOVANNA RIATO
Estabelecida no fim de 2017, a Aptiv já dá passos importantes para se firmar como um negócio independente no Brasil. Fruto de cisão da Delphi, a companhia oferece soluções de arquitetura eletrônica, segurança e software, o que chama de cérebro e sistema nervoso dos veículos. A empresa ficou com a sede em São Caetano do Sul, no ABC paulista, enquanto a Delphi Technologies se mudou para Piracicaba.
Paulo Santos, vice-presidente da empresa no Brasil, confirmou durante o Congresso SAE, que acontece até quarta-feira, 5, em São Paulo, que a empresa tem investimentos em curso no País. Das cinco fábricas locais, três passam por ampliação e modernização entre este e o próximo ano. Em Conceição dos Ouros (MG) a companhia vai duplicar a capacidade produtiva, em Espírito Santo do Pinhal (SP), vai modernizar a operação e erguer um novo edifício e, em Jambeiro (SP), instalará estrutura para a fabricação de componentes eletrônicos. Santos não revela o valor do aporte, mas garante que 2018 é ano de “retomada dos investimentos na região”.
A decisão de investir atende ao aumento da demanda local e ao ganho de participação da Aptiv, conta. “Estamos crescendo dois pontos porcentuais acima da média do mercado.” Há também um aumento importante das exportações da companhia, que chegam a mais de 25 países, incluindo nações europeias, Índia, China, México e Estados Unidos. “Na crise aceleramos as vendas externas para aproveitar a capacidade local.
TECNOLOGIA PARA A NOVA MOBILIDADE
“Fornecemos para todas as grandes montadoras no Brasil e elas gostaram do posicionamento mais focado em soluções de mobilidade. Aqui há grande interesse por tecnologias de conectividade para os veículos e temos aproximado os clientes com estas novidades localmente”, diz Santos.
O executivo aponta que a Delphi, agora Aptiv, é um exemplo de empresa que soube se reinventar diante da crise global de modelo de negócio na indústria automotiva. No Brasil houve ainda o desafio adicional causado pela retração da economia. “Repensamos muitas coisas, mas mantivemos a capacidade das nossas áreas de engenharia e pesquisa e desenvolvimento”, garante.
Segundo ele, o Brasil tem competências importantes, que podem contribuir para avanços globais. “Temos uma competência grande para desenhar produtos de transição, que não são a tecnologia mais avançada, mas a solução média, intermediária”, conta.
Globalmente, a companhia trabalha fortemente o desenvolvimento de veículos autônomos com uma série de iniciativas, incluindo uma parceria com a Lyft, concorrente da Uber nos Estados Unidos, com quem a empresa testa uma frota de carros autônomos em Las Vegas. “Aumentamos de oito para 30 o número de carros na frota. Os clientes que viajam nestes modelos mostram níveis muito altos de satisfação”, diz.
O projeto conta com outros parceiros, como BMW, fabricante dos carros, e Hertz. “É interessante trabalhar com este novo modelo, mais colaborativo. Para nós tem sido um aprendizado importante tanto da tecnologia, quanto do modelo de negócio”, avalia. Segundo Santos, a Aptiv já entendeu que a indústria precisará de parcerias valiosas para atender às demandas do futuro.