04/05/11 11h36

Apple virá para SP, diz governo do Estado

Valor Econômico

A Apple vai começar a produzir celulares e tablets no Brasil entre setembro e novembro, disse ontem Luciano Almeida, presidente da Investe SP, agência de promoção de investimentos do governo paulista. Segundo Almeida, a fabricação será feita sob encomenda pela Foxconn no Estado de São Paulo. "Cinco ou seis cidades disputam o investimento", afirmou ele, sem revelar os nomes dos municípios candidatos. Procuradas pelo Valor, a Apple e a Foxconn disseram que não se pronunciariam sobre o assunto.

Entretanto, o presidente da Investe SP apresentou detalhes do que teria sido acertado entre o governo e a companhia chinesa. Disse que serão produzidos 6 milhões de iPhones e iPads por ano, quando a fábrica atingir sua capacidade máxima, o que deve ocorrer em um prazo de três a quatro anos. A previsão do governo paulista é de que, nesse momento, a produção da Apple no Brasil gere algo entre 4 mil e 5 mil postos de trabalho. Em uma segunda etapa, não está descartada também a fabricação de computadores no país.

De acordo com Almeida, a linha de produção precisa estar montada até junho para que possa entrar em atividade até novembro. O tempo parece curto, mas o presidente da Investe SP disse que é viável. "Não haverá produção. A Foxconn será uma montadora de produtos", explicou. O valor do investimento não foi revelado. Segundo Almeida, representantes da Apple reuniram-se com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em fevereiro, e um protocolo de intenções foi assinado em abril. Ele não revelou quais os benefícios oferecidos pelo governo paulista para atrair o projeto. "A Foxconn ainda opera no vermelho no Brasil e a fabricação da Apple ajudaria a viabilizar as operações no país", afirmou.

A montagem de produtos da Apple é o primeiro de três projetos que a Foxconn planeja implementar no Brasil nos próximos anos, afirmou o representante do governo paulista. O movimento seguinte será a centralização das cinco fábricas que a empresa mantém no país em uma única unidade - criando uma Cidade Digital nos moldes da estrutura que a companhia asiática mantém em Shenzen, na China. Numa terceira etapa, está prevista a construção da fábrica de telas de cristal líquido. Nessa última fase, o investimento pode variar entre US$ 3 bilhões e US$ 7 bilhões. "Vai depender da tecnologia empregada", disse Almeida a jornalistas durante a inauguração de um centro de tecnologia da Alcatel-Lucent.