29/06/07 11h17

Após Swift, Friboi quer acelerar avanço com aumento de capital

Valor Econômico - 29/06/2007

Com a aprovação da injeção de recursos da BNDESPar na JBS, controladora do frigorífico Friboi, dentro da operação de aumento de capital, a empresa desenhou uma nova estrutura para a aquisição da americana Swift Foods Company, acertada no fim de maio, por US$ 1,4 bilhão. Pela proposta, os US$ 950 milhões (ou R$ 1,853 bilhão) que a JBS espera obter na operação de aumento de capital na Bovespa com a subscrição privada de 227,4 milhões de ações, serão utilizados para pagar o controlador da Swift e parte da dívida antiga da companhia, de US$ 1,163 bilhão. No aumento do capital, a fatia da BNDESPar é de até US$ 750 milhões e a da J&F e da ZMF participações (controladores da JBS, com 76,4%), de até US$ 200 milhões. Segundo o presidente da JBS Joesley Mendonça Batista, dos US$ 950 milhões, US$ 225 milhões serão usados para pagar o antigo controlador da Swift, o HM Partners, e US$ 725 milhões para pagamento de parte da dívida de US$ 1,163 bilhão. Para quitar os US$ 438 milhões restantes, a JBS pode recorrer à emissão de dois bônus de US$ 300 milhões cada ou à conta garantida (uma espécie de cheque especial) de US$ 500 milhões. A entrada da BNDESPar na JBS, o que ocorreu mediante a cessão de parcela do direito de preferência dos controladores na subscrição de novas ações, permitirá à empresa incorporar a Swift americana, que foi comprada pela J&F Participações (controladora da JBS), sem que fique muito alavancada. A notícia do novo sócio fez as ações da JBS subirem 6,99% ontem na Bovespa. Na estrutura anterior para a aquisição da Swift, a controladora J&F é que paga US$ 225 milhões à H&M Partners, abate US$ 175 milhões da dívida antiga e cria uma nova dívida de US$ 988 milhões. O débito seria pago com recursos obtidos via aumento de capital da JBS ou com emissão de dívidas. Na nova estrutura, a dívida líquida combinada da JBS e da Swift alcança US$ 1,2 bilhão (US$ 0,7 bilhão e US$ 0,5 bilhão, respectivamente) resultando numa relação EBTIDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)/dívida líquida de 3,3, de acordo com Batista. Acima dos 2,5 que a JBS tem hoje, mas bem menor que a alavancagem de 6,5 da Swift. No aumento de capital da JBS, que será votado pelos acionistas em assembléia extraordinária hoje, o BNDESPar vai subscrever até 179.526.311 ações ou R$ 1,463 bilhão (US$ 758,6 milhões) (considerando um valor unitário de R$ 8,1523/US$ 4,23). A parcela do controlador no aumento de capital é de até 47.873.689 ações ou R$ 390,280 milhões (US$ 202,4 milhões). Conforme a JBS, esses montantes só serão subscritos integralmente pelo BNDESPar e pelos controladores caso os demais acionistas (fatia de 24%) não exerçam o direito de subscrição. Nesse quadro, a participação do BNDESPar na JBS poderá ficar entre 13% e 18% enquanto a participação dos controladores cairá para 64%.